Moradores temem desabamento de casas no Santa Angelina
Dois moradores da rua Norberto Antônio Chiavini de Nucci, no Santa Angelina, estão com medo. Desde a última segunda-feira, 18, um vazamento de água à beira da calçada provocou rachaduras em parte das residências. Em uma das edificações visitadas pelo Primeira Página na tarde de ontem, o portão não pode ser mais aberto e o proprietário está guardando o carro na casa de um vizinho.
Um dos cômodos da residência da doméstica Luciana Cristina Leite foi desocupado por conta das enormes rachaduras. Os dois filhos dela abandonaram o quarto.
Luciana contou que ouvia um barulho estranho vindo do registro da residência no começo da semana. “Eu pensei que a água havia acabado, o que é comum no bairro. Na verdade, o barulho era de vazamento mesmo. Depois liguei para o Saae e os funcionários vieram com material inadequado para o conserto. Isso foi na terça-feira. Na quarta-feira, resolveram o problema do vazamento, mas abriram enormes rachaduras na parede de casa. Estamos com medo”, desabafou.
A doméstica explicou que o Corpo de Bombeiros recomendou a interdição da casa. “Só que lacram a casa para a minha família, não para os bandidos. Tenho medo de sair e deixar as minhas coisas”, afirmou.
As rachaduras são consideráveis. Parte da mão de Luciana entra com facilidade nos vãos abertos na terça-feira. “Minha sogra mora aos fundos da casa. Ela fez uma cirurgia nos olhos e fica difícil a locomoção. A casa dela não corre perigo, mas ela precisa de cuidados”.
A Defesa Civil esteve na casa dela e do aposentado José Roberto Poppi, que também enfrenta o mesmo problema. “Faz quatro dias que percebi o vazamento no canto da garagem. Depois apareceram as rachaduras e o portão não abre mais. O meu carro não fica mais aqui. Está na casa de um vizinho”, acrescentou.
Poppi e Silvana aguardam um laudo da Defesa Civil, que deve ser emitido na segunda-feira sobre a situação das casas. “Enquanto isso, a gente não dorme direito de medo. Foi tão difícil construir o nosso espaço e a gente convive com essa incerteza”, afirmou Luciana.
Em nota, o Saae ficou de enviar um engenheiro para avaliar os danos provocados, com o objetivo de tomar as medidas necessárias para a contenção das rachaduras e solução do caso.