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Algumas razões para queda do dólar

20/07/2017 11h32 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Algumas razões para queda do dólar

Até meados de maio, acompanhando as boas notícias que surgiam para economia do país, a cotação do dólar vinha caindo paulatinamente. No entanto, entre o dia 17 e 18, após o escândalo envolvendo o presidente e a empresa JBS, a moeda saltou de aproximadamente R$3,13 para quase R$3,40 – um movimento com intensidade poucas vezes observada. 

Ocorre que nos últimos dias, surpreendendo muitos, a cotação voltou a cair de maneira rápida e hoje já se encontra em patamares próximos ao de antes do escândalo das gravações. Muitos afirmam que isso vem ocorrendo, pois, o governo parece estar superando a crise e mostrando que mantém a governabilidade, principalmente após a aprovação da reforma trabalhista. Isso é verdade, mas não explica toda história.

Nas últimas semanas o mercado internacional tem ficado cada vez mais cético com a capacidade de Donald Trump aprovar suas propostas para acelerar a economia americana; logo, o dólar vem se desvalorizando contra praticamente todas as moedas, e não unicamente o Real. Quando observamos o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de moedas, notamos que o índice que já atingiu 102 pontos no começo do ano, hoje está em 94. Isso representa uma queda de aproximadamente 8%.

Nossa balança comercial (registro de exportações e importações) apresenta um superávit neste ano de mais de 35 bilhões de dólares. Nos últimos meses nossas importações cresceram, mas as exportações subiram mais, influenciadas principalmente por uma super safra.  A fim de comparação, no mesmo período de 2013 e 2014 tivemos um déficit, enquanto 2015 o superávit foi quase zero e em 2016 pouco mais de 20 bilhões. O volume alto de exportações é pago em dólares e isso faz com que a moeda se desvalorize.

Por último, devemos considerar, também, a atuação do Banco Central através de swap cambial. Essa operação equivale à venda de dólares, o que faz com que o preço seja pressionado para baixo. A posição do BC até o dia 18 era de aproximadamente 17 bilhões de dólares vendidos, e teve que subir para 27 bilhões para ajudar a conter a alta. Destaco que nos últimos anos, por vezes, essa posição ficou acima de 100 bilhões. 

 

Lucas Losnak Harris – Consultor Financeiro da Compass Consultoria

[email protected]

 

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