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Como ter um transporte público justo e eficiente?

12/07/2017 09h45 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Como ter um transporte público justo e eficiente?

Um dos principais problemas que temos em nossa cidade hoje certamente é o sistema de transporte público. São Carlos é um polo de conhecimento, de movimentos sociais participativos e de uma população que sabe o que quer. Porém, nem um pouco da ciência e participação popular tem sido usada para mudar as coisas na cidade. Trago aqui algumas reflexões que acredito sejam decisivos para, usando a ciência e não truques baratos, termos um sistema de transportes justo para o povo e referência para o país.

A lógica, uma ciência, nos indica que nada que copie o passado nos trará um transporte público melhor, e portanto é nossa tarefa propor novas lógicas. A primeira delas, que precisa mudar, é a de como a empresa operadora do transporte ganha dinheiro. Hoje, ela ganha dinheiro por giro de catraca e, portanto, quanto menos ônibus e mais passageiros “melhor”.

Mudando essa lógica, pra uma em que a empresa receba pela quilometragem que os carros rodam, a empresa não vai depender do quantos passageiros, mas sim de manter a qualidade e cumprir os quilômetros. Qualquer empresa que opere assim prefere ter mais linhas, ao invés de mais gente no ônibus. A prefeitura arrecadaria as passagens e criando um fundo público de transportes pagaria a quilometragem rodada. Muito melhor do que o truque do subsídio, remendo que precisa acabar, sobretudo com essa caixa preta que é a concessão atual.

O urbanismo, ciência, indica que linhas mais curtas, com carros menores, circulando nos bairros e chegando nos terminais de integração, são mais inteligentes que as linhas extensas e remendadas que temos hoje. Aliás, se fala em um novo edital, porém até o momento não vimos um estudo de origem-destino sendo realizado. Certamente um estudo sério iria concluir que a geografia da cidade mudou muito mais do que os trajetos das linhas, ou não mudou? 

Que dessa vez, num novo edital, a prefeitura opte por resolver o problema de fato, abrindo mão dos truques e optando pela ciência, o planejamento e a racionalidade.

 

Dante Peixoto, 30, Engenheiro Ambiental, do PSOL São Carlos

 

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