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Correções no efeito Trump

23/06/2017 11h46 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Correções no efeito Trump

No dia 17/11/2016, pouco depois da vitória de Donald Trump, escrevemos a respeito da súbita alta nas taxas de juros futuros nos EUA e que acreditávamos que o movimento não conseguiria se sustentar, mesmo com a taxa de curto prazo em tendência de alta. Em outras palavras, o Fed Funds Rate – similar a nossa Selic – está subindo, e esse comportamento é guiado pelo Banco Central americano; já os contratos futuros de juros, que refletem a expectativa do mercado quanto a essa mesma taxa para próximos anos, apresentaram uma forte alta que julgávamos como exagerada.

Parte considerável desse cenário se deu, pois, os planos de Donald Trump incluíam uma série de medidas que tenderia a impulsionar a economia americana, mesmo que à custa de um maior endividamento do governo. Assim, a percepção geral foi que uma atividade mais forte resultaria em mais inflação, o que obrigaria o Banco Central a aumentar os juros; além disso, o maior endividamento traria dúvidas quanto à capacidade de pagamento do governo americano, fazendo com que os credores exigissem juros maiores.

Acreditávamos que o mercado estava exagerando em seu movimento, pois, conforme detalhamos no artigo do dia 19/01/2017, os EUA contam com instituições fortes e uma delas é o Congresso. Ou seja, sabíamos que seria muito difícil que um “novato” na política conseguisse fazer mudanças drásticas que incomodavam parte do establishment. Seis meses depois de sua posse, Donald Trump vem colecionando uma série de frustrações. Consequentemente, a taxa de juros negociada para os próximos dez anos que chegou a 2,62% já voltou para 2,16%; já a taxa negociada para os próximos trinta anos que atingiu 3,21% está a 2,74%. Ambas estão em tendência de queda, mesmo com a taxa de juros de curto prazo subindo (iniciou o ano em 0,75% e hoje está a 1,25%).

Apesar desse cenário de juros voltando à normalidade pré-eleição, o comportamento da bolsa de valores continua surpreendendo, com o índice S&P apresentando alta de aproximadamente 9% neste ano. Apesar dos bons resultados das empresas estarem respaldando o movimento, não seria uma surpresa se observássemos uma correção nas próximas semanas.

 

Lucas Losnak Harris – Consultor Financeiro da Compass Consultoria

[email protected]

 

 

 

 

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