Aprovação do governo Dilma sobe com medidas econômicas
A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu um novo recorde ao subir para 62 por cento em setembro, ante 59 por cento em junho, impulsionada por ações tomadas para estimular a economia diante da crise mundial, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira.
Segundo a CNI, esse índice representa um novo recorde na avaliação positiva do governo Dilma, considerando os levantamentos feitos pelo Ibope desde março de 2011. A aprovação pessoal da presidente permaneceu estável em 77 por cento.
De acordo com o levantamento feito pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 29 por cento veem o governo como regular, contra 32 por cento na sondagem anterior, e 7 por cento o classificam como péssimo ou ruim, contra 8 por cento que pensava assim em junho.
A principal explicação para o novo aumento da avaliação positiva do governo, segundo a CNI, é a ação do Executivo para estimular o crescimento econômico diante da crise mundial com o anúncio de várias medidas nos últimos meses.
“Praticamente é o que deve estar sustentando a boa avaliação do governo”, afirmou o gerente-executivo de pesquisas da CNI, Renato Fonseca.
Um dos argumentos que sustentam essa avaliação é que 18 por cento dos entrevistados citaram as medidas econômicas anunciadas pela presidente nos últimos meses como as principais notícias que lembravam, o que evidenciaria a percepção das pessoas sobre o governo. Essas menções são espontâneas, segundo a CNI.
Se essas medidas, como o anúncio da redução das tarifas de energia de 16,2 por cento para os consumidores residenciais, surtirem efeito na vida da população a tendência é que a avaliação do governo continue crescendo, avaliou Fonseca.
“Se a gente entrar numa crise, e no momento parece que (a gente) está saindo …, isso pode afetar a popularidade pelo lado econômico”, disse o gerente de pesquisas da CNI.
“Se continuar melhorando o crescimento, os salários reais continuarem crescendo, ou não caírem, (a avaliação deve melhorar)”, explicou.
Pela primeira vez desde março de 2011, o porcentual de entrevistados que aprovam a atuação do governo no combate à inflação é maior do que os que desaprovam as ações do Executivo nessa área.
Para 50 por cento das pessoas ouvidas pelo Ibope, o governo está tomando medidas corretas para conter a inflação. Para 45 por cento, no entanto, o governo não está agindo de forma eficaz para combater o aumento dos preços.
Desde o ano passado, o Banco Central tem promovido um afrouxamento da política monetária, reduzindo a taxa Selic, um dos principais instrumentos para combater a inflação, que ficou estabelecida em 7,5 por cento na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Fonseca não soube explicar por que a avaliação da população sobre o combate à inflação melhorou, ainda mais considerando que entre a última pesquisa e agora os preços têm aumentado, segundo os dados oficiais.
MENSALÃO
O porcentual de entrevistados que confiam na presidente oscilou um ponto e subiu de 72 por cento para 73 por cento. Segundo a pesquisa, 22 por cento dos entrevistados não confiam em Dilma, ante 25 por cento do levantamento de junho.
Essa confiança não foi abalada pelas notícias do julgamento da ação penal do chamado mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo Fonseca. Cerca de 16 por cento dos entrevistados citaram o julgamento como a principal notícia que tinham lembrança.
“Aparentemente, dado ao fato que a população está informada, a população não está colocando a conta do mensalão no governo da presidente Dilma”, argumentou Fonseca.
A Suprema Corte julga desde o início de agosto a ação sobre o suposto esquema de compra de apoio político no Congresso, que eclodiu em 2005 durante a primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para 62 por cento das pessoas ouvidas pelo Ibope, a expectativa para o restante do mandato da presidente é ótima ou boa. Outros 24 por cento acreditam que a gestão será regular até 2014, e 7 por cento estimam que os próximos meses do governo serão ruins ou péssimos.
O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
A Aprovação de Dilma sobe só se for pra LUA