Brasil supera 15 mil mortes por Covid-19
São Carlos já tem 55 casos confirmados da doença
Neste final de semana, o Brasil supera uma estatística
triste e assombrosa em relação à pandemia do novo coronavírus: já são mais de 15
mil mortes causadas pela doença. O país
é o sexto colocado no ranking mundial de mortes, superando a China (país em que
a pandemia se iniciou) e Alemanha. Como se não bastassem os números tenebrosos,
o país atravessa uma crise política que deixa o combate à doença sem rumo
definido.
O Presidente Jair Bolsonaro, há um mês, demitiu o então Ministro da Saúde Luiz
Mandetta. Para seu lugar, trouxe Nelson Teich, que já pediu demissão na
sexta-feira (15). Bolsonaro quer um Ministro que seja contrário ao isolamento social
e defenda o uso da cloroquina para tratar a doença, o que vai na contramão de
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de diversas entidades
científicas do mundo.
Além disso, Bolsonaro está na mira de um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral
da República, que apura suposta interferência política do Presidente na Polícia
Federal. O inquérito foi aberto após denúncias do ex-ministro Sergio Moro.
Amanhã, é possível que um vídeo da reunião ministerial de 22 de abril,
considerado devastador para Bolsonaro, seja tornado público, adicionando mais
tempero na crise brasileira.
O Institut for Health Metrics and Evaluation (IHME) dos Estados Unidos estima
que o Brasil atingirá o pico de casos de Covid-19 em 2 de junho, com um total
máximo de 203.985 casos. Depois de 2 de junho, a epidemia começaria a
desacelerar no país, baixando para 103.343 casos em 4 de agosto. O pico de
mortes seria em 27 de junho, com 1.024 óbitos em 24 horas. Em 4 de agosto,
seriam contabilizados 757 óbitos. Essa estimativa é baseada nos dados oficiais
que estão sendo fornecidos pelo Ministério da Saúde do Brasil.
O IHME tem também uma projeção mais pessimista: em 2 de junho, poderemos ter o
máximo de 618.152 casos, e o pico de mortes, em 27 de junho, chegaria a 2.646
óbitos num único dia. Nesse cenário mais pesado, em 4 de agosto, teríamos
194.307 casos, com até 1.584 mortes nas 24 horas precedentes.
Na estimativa baseada nos dados oficiais, o Brasil atingiria, em 4 de agosto,
um total de 88.305 mortes por Covid-19. Na projeção mais pessimista, o número
de óbitos poderia chegar a 193.786.
Enquanto isso, o Brasil segue ganhando mais de 10 mil casos da doença por dia,
estando perto de bater os 300 mil casos confirmados, mesmo com quantidade
pequena de testes (o país ocupa a 110ª posição entre países e territórios em
testes por milhão de habitante). E, agora, está sem comando na pasta central da
estratégia para combater a pandemia. Para terminar, ainda poderá assistir mais
um processo de impedimento do Presidente da República, o segundo em quatro
anos, caso o inquérito em andamento se transforme em denúncia.
SÃO CARLOS – Até sexta-feira (15), a cidade contabilizava 55 casos positivos
para a doença, com 3 mortes confirmadas e ainda uma morte suspeita em
investigação. Estão internadas neste momento com suspeita de COVID-19, 10
pessoas, sendo 7 adultos na enfermaria (2 confirmados de São Carlos, 1
confirmado de outro município e 4 suspeitos); na UTI adulto estão 2 pacientes
(1 confirmado e 1 suspeito) e na enfermaria infantil neste momento 1 criança
está internada com suspeita de COVID-19.
Brasil tem mais que o dobro de mortes
que demais países da América do Sul
Após ultrapassar as 15 mil mortes pelo novo coronavírus, outro dado que
espanta é a comparação do Brasil com seus vizinhos na América do Sul. Somados,
esses países tem 6,5 mil mortes pelo novo coronavírus. Ou seja, o Brasil
caminha tem mais que o dobro de mortes que esses países juntos.
O Equador é o país com maior número de mortes depois do Brasil com 2594. A
seguir, aparece o Peru com 2392 mortes. A Colômbia vem atrás, com número bem
menor, de 546 mortes. Em recente entrevista, o presidente da Argentina, Alberto
Fernández, afirmou que o Brasil representa um risco muito grande para a América
do Sul por causa da epidemia de Covid-19.
A Argentina tem 363 mortos pelo vírus e fica atrás do Chile,que tem 394 mortos.
Já a Bolívia tem 164 mortes. O Uruguai tem apenas 19 mortes, enquanto o
Paraguai tem apenas 11 óbitos contabilizados. Por fim, Venezuela e Guiana tem
10 óbitos cada, já Suriname e Guiana Francesa registraram uma morte.