Cedae terá que custear tratamento de água com carvão ativado
A
Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio
(Agenersa) determinou que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos
(Cedae) custeie integralmente o tratamento da água do Rio Guandu com
carvão ativado. Com isso, a concessionária vinculada ao governo do
estado não poderá repassar esse custo para o consumidor final.
O
tratamento prevê a pulverização de carvão ativado na Estação de
Tratamento de Água (ETA) do Guandu, que abastece boa parte do Grande
Rio. Desde o início do mês, a água que chega às torneiras dos
moradores do Rio de
Janeiro e da Baixada Fluminense tem apresentado cheiro e
gosto de terra, devido à presença da substância orgânica
geosmina.
Degustador de água
A Agenersa também
determinou que, a partir de agora, a Cedae passe a comunicar
imediatamente à população qualquer alteração na turbidez, cor,
odor e gosto da água.
A Cedae também será obrigada a ter,
em seus quadros profissionais, um degustador de água, para avaliar a
qualidade da água de suas estações. Caso a empresa ainda não
tenha esse tipo de funcionário, deverá apresentar, no prazo de
cinco dias, as medidas que serão tomadas para implementar o
serviço.
A Agenersa também pediu que a Polícia Civil remeta,
à agência, o inquérito que investiga a alteração da qualidade da
água assim que for concluído.
A Cedae informou que arcará com
todos os custos do tratamento com cartão ativado. Na última
terça-feira (21), o presidente da empresa, Hélio Cabral, foi ouvido
pela Polícia Civil, no inquérito que investiga a situação do
abastecimento de água. “A Cedae é a maior interessada na apuração
dos fatos que ocorreram no início deste ano. E é tão interessada
que a empresa pediu à Polícia Civil que averiguasse esse fato para
que seja esclarecido à população. Porque eu, como cidadão, estou
tão interessado na melhoria da água quanto vocês, porque também
bebo, tomo banho, escovo dente de manhã com água da Cedae”, disse
o executivo.