Chega a 695 número de localidades afetadas por óleo no Nordeste e ES
O número de
praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo no País continuam aumentando e
chegou a 695, segundo balanço divulgado na última quarta-feira, 20, pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Ao todo, ao menos 117 municípios de todos os nove Estados do Nordeste
e do Espírito Santo foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru
desde o dia 30 de agosto.
O balanço também indica que 23 localidades ainda estão com
manchas de óleo, outras 402 têm fragmentos da substância e 270 são consideradas
“limpas”. Os pontos com mais de 10% de contaminação estão
exclusivamente em Alagoas (2), na Bahia (15), no Rio Grande do Norte (1), em
Pernambuco (2) e no Sergipe (3).
Dentre os locais ainda com óleo, 40 ficam na Área de Proteção
Ambienta Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha
costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em
Pernambuco e Alagoas.
Em relação à fauna, ao menos 141 animais oleados foram
identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas
marinhas (96) e aves (31). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos
chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em
Maragogi (AL).
Na Praia do Janga, em Paulista (PE), a reportagem chegou a
encontrar algumas dezenas de peixes mortos junto a uma grande mancha em
outubro. Além disso, o material já foi encontrado em regiões de corais.
Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no
organismo de animais diversos, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam
que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.
A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30
de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material
foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de
outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a
primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são
encontrados no Espírito Santo desde 7 de novembro.