Divergências no MS sobre coronavírus provocam saída de diretor
Em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, o núcleo
duro do Ministério da Saúde sofreu uma baixa por divergências internas. O
médico Júlio Croda, que ocupava o cargo de diretor do Departamento de
Imunizações e Doenças Transmissíveis, está de férias até o dia 4 de abril, mas
depois não voltará mais à mesma função.
Segundo uma fonte ouvida pelo Broadcast/Estadão, sistema de notícias em tempo
real do Grupo Estado, a ideia é que Croda atue como consultor da pasta na área
de análise de dados, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade
Federal de Minas Gerais. Assim, ele terá mais liberdade para atuar.
Há alguns dias, Croda afirmou que, no Brasil, o novo coronavírus tem se
comportado de forma semelhante ao que ocorre na Itália, um dos países mais
atingidos pela pandemia depois da China.
“Não temos como prever exatamente o pico da epidemia, porque pode ser que
as medidas adotadas tenham algum impacto. O que a gente está observando é que o
vírus está se comportando de forma similar à Itália, Espanha e Reino Unido, com
o mesmo padrão no
número de casos”, disse no início da semana passada.
Croda atua em medidas relacionadas ao novo coronavírus desde a Operação
Regresso, que repatriou brasileiros que moravam em Wuhan, epicentro do novo
coronavírus.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a direção do Departamento de
Imunização e Doenças Transmissíveis está em fase de transição. De acordo com a
pasta, Croda deixaria a função no início do ano, mas “alongou sua
permanência na gestão a pedido do Ministério da Saúde, para o enfrentamento da
covid-19”.
“Inicialmente estava previsto para deixar a direção no início do ano. Com
as primeiras medidas tomadas, seguirá o plano de auxiliar o Ministério da Saúde
na coordenação do comitê de especialistas que assessoram a pasta para o
enfrentamento da covid-19”, diz o texto. “(Croda) Estará de férias
até o dia 4 de abril, retornando para sua nova função de coordenador de
especialistas no dia 5 de abril, junto a Fiocruz e UFMS (Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul)”, conclui a nota.