Estudantes brasileiros participam do prêmio mundial de inovação
Os alunos foram selecionados no Festival SESI de Robótica
O desenvolvimento
de uma tecnologia para selar o asfalto e a solução para evitar acidentes de
carro em ruas escorregadias consagrou duas equipes de estudantes de robótica
entre os 20 finalistas de prêmio mundial de inovação. Os estudantes foram
selecionados no Festival SESI de Robótica e tiveram seus projetos de pesquisa escolhidos
entre 40 mil concorrentes.
A divulgação do ganhador do Global Innovation da First Lego League será
realizada online no
dia 27 de junho, às 11h. A equipe levará um prêmio de US$ 20 mil para ser
investido no desenvolvimento do projeto vencedor.
Selante asfáltico
Com base no tema da temporada e pensando em cidades mais inteligentes, os
alunos pesquisaram e identificaram que um dos grandes problemas das cidades são
as rachaduras e fissuras, que levam à degradação do pavimento das estradas com
o passar do tempo.
Dessa forma, estudantes de Barra Bonita, em São Paulo, desenvolveram um selante
asfáltico. A tecnologia atua se expandindo e bloqueando a ação nociva da água e
um dos principais responsáveis por rachaduras em ruas e avenidas. Com a
tecnologia, os alunos querem acabar com a formação de buracos nas estradas de
uma vez.
“Esse problema é gravíssimo por ocasionar falhas mecânicas nos carros,
acidentes, lentidão no trânsito, entre muitos outros problemas. O Ecopavi tem a
capacidade de se expandir e selar totalmente as fissuras nos pavimentos. Ele é
composto por dois materiais: liguinina e as nanopartículas de carbono. Ambos
extraídos do bagaço da cana-de-açúcar”, explicou a equipe Biotech, em vídeo
divulgado no YouTube.
Os estudantes tiveram a ajuda de um químico e realizaram entrevistas com
engenheiros e especialistas, para alcançar um resultado sustentável, eficaz e
aplicável em grandes e pequenas obras.
Acidentes de carro
Moradores de Goiânia, os estudantes da equipe Titans L.J. pesquisaram soluções para
os acidentes de carro provocados por pistas escorregadias. Uma frutinha chamada
jamelão, muito comum na cidade, é a responsável pela situação recorrente na
cidade. Ao cair no asfalto, o fruto roxo libera uma espécie de gordura, que
deixa o asfalto escorregadio, elevando o risco de acidentes.
“A época de frutificação da árvore coincide com a época chuvosa. Então, quando
o fruto cai na massa asfáltica, ele acaba deixando uma massa gordurosa, o que
ocasiona diversos acidentes. Foi o que aconteceu na avenida Antônio Fidélis,
onde ocorreu 16 acidentes em apenas um dia chuvoso”, explicou a estudante
Lorrany Gonçalves Cirqueira, membro da equipe Titans L.J.
Segundo a estudante, Goiânia tem mais de 1,5 mil árvores de jamelão
distribuídas pelas 54 avenidas de toda cidade. “Então, não seria possível fazer
a retirada dessas árvores porque causaria um grande impacto ambiental e
financeiro para a cidade e a nossa equipe decidiu buscar alternativas”, disse.
Os estudantes escolheram a casca da laranja como agente neutralizador da
gordura liberada pelo jamelão. O resultado da pesquisa foi a criação de um
composto que, se jogado no asfalto, consegue resolver o problema do asfalto se
tornar mais escorregadio e melhora as condições de segurança no trânsito.
Robótica
Os estudantes foram selecionados no Festival SESI de Robótica, o torneio
nacional que ocorreu em São Paulo, no início de março. Na ocasião, foram
premiados estudantes na última temporada City Shaper – Construindo Cidades
Inteligentes. Os alunos foram responsáveis por elaborar soluções inovadoras
para problemas locais.
Segundo o diretor de operações do SESI Paulo Mól, a abordagem em robótica do
Sesi tem o objetivo de fortalecer os ensinos de matemática e ciências aos
estudantes, além de desenvolver o aprendizado social e emocional com as
disputas.
“Uma perspectiva é o aprendizado tecnológico, pois os alunos começam a ser
muito mais curiosos para as questões da matemática e das ciências. Outro ponto
é o aprendizado social e emocional, no momento da estruturação dos torneios, a
partir de times. Vai ter aquele aluno com maior pendor para programação, outro
gosta mais de organizar, outro vai ser o expositor. Você começa a perceber que
se assemelha ao que acontece no mundo corporativo, em que existe um time e cada
um dá o seu melhor”, afirmou.