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Planalto negocia indicações para cargos com aliados

18/04/2012 22h00 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Planalto negocia indicações para cargos com aliados

O Palácio do Planalto voltou a negociar cargos e indicações políticas com partidos aliados nos últimos dias como forma de evitar ser vítima de fogo amigo na CPI que vai investigar as relações de agentes públicos com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, afirmaram fontes ouvidas pela Reuters.

 

O temor dos articuladores políticos do governo é de que a CPI, que deve ser instalada na próxima quarta-feira, sirva de palco para a vingança de aliados insatisfeitos com o tratamento recebido pelo Planalto – em especial indicações para estatais e cargos públicos.

Há preocupação do Planalto com a fidelidade dos aliados, confirmou à Reuters uma fonte do governo, sob condição de anonimato. Segundo a fonte, a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, voltou a se reunir na terça com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) para “aparar as arestas”.

“O PMDB preocupa pelo tamanho da bancada, mas também pelo histórico”, disse outra fonte do governo, ao relembrar a rejeição pelo Senado de um nome indicado por Dilma à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A não recondução, decidida em voto secreto, foi para a conta do PMDB, principal aliado na coalizão que elegeu Dilma.

Na conversa com Alves, Ideli se comprometeu a monitorar nomeações e acelerar o processo. Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff – que sempre insiste no discurso de que não há “toma lá, dá cá” na relação do Executivo com o Legislativo – já havia nomeado um nome de Alves para a direção do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). A indicação dormia no Planalto havia pelo menos dois meses.

Segundo a fonte, a atuação na CPI de parlamentares do PMDB, que tem a segunda maior bancada na Câmara e terá muita força na comissão mista, preocupa o governo. Outros aliados também devem receber “afagos” do Planalto nos próximos dias para garantir que a CPI não seja utilizada como arma política para atingir o governo.

“Os deputados da base estão bem felizes com a perspectiva da CPI”, afirmou um parlamentar aliado do governo ao comentar a necessidade do Executivo de melhorar a relação com o Congresso em épocas de CPI.

Oficialmente, o discurso do governo tem sido de não-interferência nas decisões do Legislativo. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), tem dito que em momento algum recebeu pedido do Planalto para evitar ou atrasar a CPI.

 

DISPUTA NO PT

Enquanto monitora aliados, o Planalto acompanha a disputa interna na bancada do PT na Câmara para a indicação do nome do relator da CPI. A presidência ficará com o PMDB do Senado.

Segundo uma fonte do PT, a disputa é entre o grupo do presidente da Casa, Marco Maia, e do líder do PT, Jilmar Tatto (SP), que tem a simpatia de Ideli, contra nomes como o do ex-líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

“É o grupo petista da Dilma contra o grupo petista do Lula”, brincou um deputado aliado.

Tatto afirmou que a decisão sobre o nome do relator será tomada até terça-feira. Os dois principais candidatos são Odair Cunha (MG), que tem apoio do Planalto, e Cândido Vaccarezza, nome defendido pelo ex-presidente Lula. (reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

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