7,5 milhões de brasileiros em idade adulta têm diabetes
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (9) apontam que 5,6% da população adulta do Brasil têm o diagnóstico de diabetes. Levando em consideração que o Censo 2010 contabilizou 134.465.631 pessoas em idade adulta no país, a população diabética é composta por cerca de 7,5 milhões de brasileiros.
Em entrevista concedida ao jornal Primeira Página, o médico endocrinologista, Dr. Eugênio Cardinalli, explicou que o diabetes é caracterizado pelo aumento da taxa de açúcar no sangue (glicemia), geralmente causado pela falta de insulina ou por um defeito no seu mecanismo de ação, podendo levar, a longo prazo, ao comprometimento da visão e da função renal, além de aumentar o risco de doenças do coração e outras complicações crônicas. “A Sociedade Brasileira de Endocrinologia considera normal uma pessoa que apresenta glicemia de jejum entre 70 mg/dl e 99mg/dl e inferior a 140mg/dl duas horas após sobrecarga de glicose. Já aquelas que apresentam glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl, dizemos que possuem intolerância à glicose, sendo consideradas pré-diabéticas. O diabético, por sua vez, pode ser assim avaliado quando apresentar resultado igual ou acima de 126mg/dl”, explica.
Segundo Cardinalli, o diabetes apresenta diferentes caracterizações clínicas, podendo ser identificado como diabetes tipo 1 ou tipo 2, sendo este último o mais comum, tendo em vista que sua incidência é observada em torno de 90% dos diabéticos. “Apesar de o tipo 2 ser frequente em pessoas geneticamente predispostas, fatores como a obesidade e o sedentarismo contribuem para o desenvolvimento do quadro”, ressalta.
A recomendação do especialista para evitar a doença é, portanto, que as pessoas procurem manter o peso dentro dos parâmetros considerados normais, ou seja, IMC (índice de massa corpórea) entre 20 e 25kg/m2; pratiquem atividades físicas regularmente; evitem fumar e mantenham a pressão arterial sob controle.
Cardinalli salienta que o controle nutricional, geralmente associado ao uso de medicamentos para tratamento de diabetes, como o cloridrato de metformina ao qual o doente tem acesso gratuito através do programa Farmácia Popular, são medidas primordiais no tratamento de qualquer tipo de paciente diabético. “Um plano alimentar balanceado fará com que os índices glicêmicos se normalizem, além contribuir para reduzir as taxas de colesterol no sangue que, quando altas, trazem riscos de doenças cardiovasculares”, finaliza.
O administrador Fabiano Martins já foi considerado pré-diabético, visto que sua glicemia de jejum era de 110mg/dl e seu índice Homa-IR (que determina resistência à insulina) era de 5,43, ou seja, acima de 3,40, valor referencial considerado normal. Segundo ele, seguir uma dieta e praticar caminhada o auxiliaram a controlar sua
sua resistência à insulina. “Meu médico sempre me alertava sobre o risco de eu ficar diabético. Então eu decidi mudar meus hábitos e hoje todos os meus exames estão de acordo com os valores referenciais”, conta satisfeito.
