A escolha de viver uma vida alternativa

06/04/2013 13h07 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação

Viver uma vida alternativa é a opção daqueles que por diversas razões elegem um modo de viver diferente da grande massa, sendo externo à norma social. Normalmente as pessoas relacionam pessoas de vida alternativa aos hippies, góticos ou punks, porém, na prática essa não é uma regra. O alternativo pode estar ligado àqueles que vivem o liberalismo ou que decidem substituir preferências ou simplesmente não trilhar o caminho traçado pela sociedade.

Kleber Fernando Lotumolo, de 30 anos, é um ex-marceneiro que vive e trabalha nas ruas e tira seu sustento de pinturas feitas a mão em azulejos. Para ele, ter escolhido por uma vida alternativa tem seu preço, porém ele não se vê fazendo outra coisa que não seja viver da sua arte.

“Estou há nove meses morando na rua por falta de opção e por conta de alguns problemas pessoais. Porém, não pretendo ficar nesta condição por muito tempo. Trabalhei como marceneiro desde os 16 anos, concluí o ensino médio, cursei SENAI e ingressei no tiro de guerra. Mas sentia que aquela não era a vida que eu queria viver, sempre tive um lado artístico muito apurado tanto para o desenho manual quanto para a música”.

Com relação às dificuldades que Kleber encontra, ele afirma: “O mais difícil em ter uma vida ‘diferente’ dos demais é a falta de entendimento das outras pessoas e o desprezo com que elas nos veem. Muitos não confiam que temos algo bom para oferecer. Toda escolha tem sua consequência, gostaria que mais pessoas fossem capazes de enxergar o lado espiritual, da bondade e da caridade com o próximo”.

Kleber ressalta: “Apesar disso, encontro seres humanos bons e inclusive muitos gostam do meu trabalho e me elogiam por isso. Quero que cada vez mais minha arte seja reconhecida”.

Dentro do contexto de vida alternativa existem tipos que podem ser inseridos no estilo como organizações comunitárias onde as pessoas vivem em comunidades intencionais e praticam a permacultura, contraculturas de transporte que são aqueles que seguem um estilo de vida viajante, no caso, os hippies, veganismo, freeganismo, prática que está baseada no boicote ao consumo, já que processos produtivos geralmente estão ligados à exploração de animais e humanos, além de graves impactos ambientais. Práticas espirituais alternativas, apreciação por artes plásticas, músicas alternativas e gosto por literatura e filosofias.

O mineiro Anderson Ferreira se encaixa no estilo de vida viajante. Há cerca de dez anos saiu de sua casa em Minas Gerais e desde então viaja por todo o país ficando poucos períodos em cada cidade. Para sobreviver ele faz apresentações de malabarismo e pirofagias nos semáforos e praças públicas. “Sou uma pessoa de espírito livre e nunca me encaixei nos padrões impostos pela sociedade. Apesar de muitas dificuldades que enfrento, para mim é recompensador ter total liberdade e controle da minha vida. Cada vez um novo lugar e novas pessoas. Não me importo com coisas materiais e quase nunca penso no amanhã”.