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Academia de Ciências do Vaticano se reúne para discutir “ A arca de Noé do século 21”

22/05/2019 00h01 - Atualizado há 5 anos Publicado por: Redação
Academia de Ciências do Vaticano se reúne para discutir “ A arca de Noé do século 21”

Todos conhecem a história da Arca de Noé. A história bíblica é baseada em velhos relatos mesopotâmicos, onde por culpa da “desordem humana”, uma enchente global condenou a humanidade. No entanto, conta a história que coube a um homem, Noé, salvar, não apenas a humanidade, mas todas as espécies, fato que ocorreu pela construção de uma arca gigante onde todos foram acomodados, casal por casal de animais. O Papa Francisco, na sua “Laudato Si” (em português,  ‘Louvado sejas’); que é uma encíclica do Papa Francisco, critica o desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas. A encíclica foi publicada oficialmente em  2015 e tem sido um guia para o tema. Para aqueles que acham que o dilúvio já terminou, se engana. Ele continua de uma forma moderna. A desordem humana é evidente, basta verificar os noticiários, e por isto, espécies animais e vegetais continuam desaparecendo do planeta. Um número incontável de espécies vegetais estão sendo desaparecendo pela exploração e pela substituição por espécies secundárias de interesse econômico. Da mesma forma animais extintos não mais voltarão. Todo dia a ciência descobre princípios ativos nas plantas que acabam sendo solução para problemas sérios de saúde. Será que numa das espécies extintas não estaria a solução para alguma doença crônica da humanidade? Com base nesta situação de “ dilúvio moderno” é que o Papa Francisco recomendou à Academia de Ciências do Vaticano a organização de um encontro para discussão do problema. Com a presença de autoridades do mundo todo, presidentes de zoológicos, museus, e cientistas que trabalham no assunto, o tema foi debatido com o objetivo de proposta de alertas e soluções. De nossa cidade estava presente o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) – USP, membro da Academia de Ciências do Vaticano. Também do Brasil estava presente o Dr. Virgilio Viana, presidente da Fundação para uma Amazônia Sustentável. Também esteve presente o Cardeal Hummes, que realizou uma apresentação especial sobre a necessidade de preservação da Amazônia e as iniciativas do Vaticano para este ano realizar um Sinodo-2019 na Pan-Amazonia, que pode ser encontrado detalhes no site: (https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2018-06/sinodo-bispos-amazonia.html). Apesar de ser bastante conhecida a grande degradação do meio ambiente, é preciso que todos entendam que um novo dilúvio vem ocorrendo, e que desta vez não construímos a arca da salvação. Novamente, o homem ( que neste caso, pelo desenvolvimento a todo custo vem sendo parte da enchente) é chamado para ser o novo Noé . É de comum acordo com todos, que apesar das autoridades estarem cientes, pouco se faz. O individualismo desenfreado cria uma cegueira que não permite ações efetivas. O encontro conclui que a sensibilidade para o problema passa por uma educação científica mais intensa. Quando uma pessoa se educa para a ciência, ele se compromete e entende tudo ao seu redor. Segundo especialistas, a educação cientifica pode ser considerada como um “ direito humano”. O analfabetismo científico é perigoso e impede pessoas de entenderem, e se comprometerem, com os benefícios gerais ao planeta. Pesquisa mostra que dirigentes de nações que tiveram educação científica sólida em sua formação básica, são mais comprometidos com a verdade e com o bem do mundo. O novo dilúvio está aí, e cabe a cada um de nós sermos o novo Noé, onde a nossa arca será nosso conhecimento e avanço científico em prol de todos do Planeta, independente de serem vegetais ou animais. Nossos jovens precisam de sólida formação em ciência, não só para serem cientistas, mas para serem protagonistas da salvação do “novo dilúvio”. O problema é que o “ novo dilúvio” não tem área, é um problema do Homem, e assim apenas o Homem pode resolver. É hora de um movimento mais intenso nesta direção. Não basta identificar o problema, é preciso agir. Está faltando muitos Noé para esta salvação.

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