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Água é fonte de vida e o SAAE o poço da desgraça

Reportagem do Primeira Página desta sexta-feira, 25, expõe mais uma fragilidade do cinquentenário Serviço Autônomo de Água e Esgoto

25/09/2020 15h35 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Água é fonte de vida e o SAAE o poço da desgraça

Reportagem do Primeira Página desta sexta-feira, 25, expõe mais uma fragilidade do cinquentenário Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o SAAE de São Carlos.
Inconformado com a qualidade da água que chegava à sua torneira, um munícipe resolveu – e de forma legítima – solicitar uma análise para comprovar a qualidade da água. Para a surpresa dele – e talvez, agora, da sociedade – a Vigilância Sanitária, sem as paixões corporativistas que permeiam o serviço público, ratificou a desconfiança do cidadão. Em suma: a água apresenta “desvio de qualidade”, como reporta o texto da reportagem.
Nas décadas passadas, a autarquia da Prefeitura de São Carlos, orgulhava-se da água que captava, tratava e distribuía às casas, indústrias e comércio de São Carlos. Todavia, a cidade assiste, com perplexidade, o desmonte do SAAE.
Hoje, não é a qualidade da água que domina o noticiário e se espalha pelas redes sociais. Vazamentos, água barrenta, contas absurdas e salários astronômicos dão o tom de uma autarquia dominada por interesses político/pessoais. Pasme, leitor: no Serviço de Água e Esgoto, um terço do quadro de funcionários de carreira ocupa cargos de chefia, um verdadeiro escárnio.
Seu comandante, Benedito Marchezin, o decano do SAAE – em fim de carreira, por sinal – mostra-se inerte aos desmandos. Chefe de uma autarquia com forte viés político, ele sabe muito bem que, findada a condução dos destinos da água e esgoto de São Carlos, pode entrar no radar do futuro presidente de plantão.
Sendo assim, não conduz o SAAE com mãos de ferro. Tornou-se um comandante sem personalidade, com medo de futuras retaliações. Nas iniciativas privada ou pública, o respeito à hierarquia é o princípio basilar do sucesso da gestão. Aqui, o SAAE vive uma espécie de pirâmide invertida, em que o “chão de fábrica” dita as regras.
Airton Garcia, que foi vendido na campanha passada por um marqueteiro de fundo de quintal como empresário bem sucedido e que tinha amizade com quinhentos e tantos deputados e oitenta e poucos senadores, não assumiu o papel de protagonista. O chefe do Poder Executivo passa ao largo da crise. Mesmo com o grito de socorro do contribuinte são-carlense, o mandatário se faz de desentendido (para não qualificá-lo como frouxo) e não toma providências para corrigir a rota do abastecimento de água e esgoto e gestão eficiente de um serviço essencial.
A Câmara de São Carlos, um parlamento mandrião, também não assume o seu papel de defesa do cidadão, salvo raras exceções. Já está na hora dos representantes do povo cobrarem com energia e incisão, a prestação de serviços com excelência.
Se as autoridades constituídas desta cidade não agirem com legalidade, moralidade e eficiência, princípios que alicerçam a administração pública e cravados no artigo 37 da Constituição, o SAAE pode atirar a fonte da vida, a água, num poço de desgraça. Que este recado sirva também para aqueles que desejam administrar São Carlos pelos próximos quatro anos, inclusive Airton Garcia.

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