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AME pode prejudicar curso de Medicina

28/06/2013 23h35 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
AME pode prejudicar curso de Medicina

O reitor da Universidade Federal de São Carlos, Targino de Araújo Filho, o diretor-executivo do Hospital-Escola “Professor Horácio Carlos Panepucci” (HE), Sérgio Luiz Brasileiro Lopes e o presidente da Organização Social Sahudes, Sebastião Kury, se reuniram com a imprensa, no final da tarde desta sexta-feira, 28, para esclarecer detalhes do encontro que envolveu o Conselho Universitário da UFSCar. Um dos pontos da pauta foi a inserção dos cursos da universidade na área da saúde do município.

 

Targino ratificou que o curso de Medicina da UFSCar e o Hospital-Escola fazem parte de uma mesma política de saúde do município e alertou que a instalação do Ambulatório Médico de Especialidades pode comprometer a formação dos alunos. “Hoje os alunos fazem internato em Piracicaba e Rio Claro, mas estão prestes a voltar à cidade e demonstram preocupação com essa situação”, disse o reitor.

“É importante dizer que o AME não faz parte do curso de Medicina da UFSCar. O Hospital-Escola e o curso de Medicina estão intimamente ligados. Ninguém é contra o AME, mas por que dentro do Hospital se existem outros locais que podem abrigá-lo, inclusive próximo ao Hospital?”, complementou.

Segundo Targino, o Conselho da Universidade se posicionou favorável ao AME, entretanto, sem afetar o projeto do HE.

 

PREOCUPAÇÃO – O diretor-executivo do Hospital-Escola, Sérgio Luiz Brasileiro Lopes, explicou como será o sistema operacional da unidade, que é dividida em quatro módulos – um complementar ao outro, segundo ele. Lopes concorda que a partir da instalação do AME, o projeto do curso de Medicina da universidade está comprometido. “Não estou brigando pela Organização Sahudes e, sim, pela manutenção do projeto do Hospital-Escola. Se hoje mantenho minha posição em defesa da Sahudes é porque eles estão impedindo a entrada da construção do AME. Tenho certeza que se a Sahudes deixar o hospital, no dia seguinte tem obra para a implantação do AME”, observou.

 

AME: Conselho pede consulta a ministérios sobre instalação

Para o diretor-executivo do Hospital-Escola, Sérgio Luiz Brasileiro Lopes, o AME poderia ser construído em área anexa ao Hospital-Escola. Essa medida poderia contar com a participação do curso de Medicina da UFSCar.

“Na Rede Básica de Saúde não tem urologista. A consulta para um neurologista fica para dois anos. Essas e outras especialidades, a universidade disponibiliza, por meio do curso de Medicina. Nós acreditamos que essa situação pode mudar se a universidade participar do projeto do AME com o Hospital-Escola. O que não pode é a desconstrução de um projeto”, disse.

Questionado sobre a possibilidade do fim do curso de Medicina, o reitor Targino foi incisivo. “O curso de Medicina não acaba, o que pode acontecer é os alunos realizarem o internato em outras cidades. A Prefeitura de Araras já manifestou interesse em receber os alunos, Matão também. O que nos preocupa é que outros municípios estão mais atentos a isso do que São Carlos”.

Sobre uma possível intervenção judicial assegurando a manutenção do Hospital-Escola, há uma consulta jurídica sobre o assunto, segundo Targino. Caso haja a instalação do AME no primeiro módulo do HE, o Conselho Universitário da UFSCar solicitou uma consulta aos Ministérios da Educação e Saúde.

 

Com aporte de recursos, HE não fecha

O diretor-executivo do Hospital-Escola, Sérgio Luiz Brasileiro Lopes, afastou a possibilidade de fechamento da unidade diante da autorização do prefeito Paulo Altomani para a compra de medicamentos.

“O Hospital não fecha. O prefeito sinalizou a autorização para a compra de medicamentos, o que alivia o nosso estoque”, garantiu.

Segundo Sebastião Kury, presidente da Sahudes, a contabilidade do HE está sendo providenciada para ser entregue à Prefeitura. “Temos a relação de todos os cheques emitidos em 2013, com as cópias. Também pregamos a transparência na prestação de contas”, alertou.

 

Na noite de quinta-feira, durante entrevista à imprensa, Altomani manifestou o desejo da saída da OS Sahudes da gestão do Hospital-Escola, com uma possível intervenção judicial. “Infelizmente, o prefeito polemiza em torno da Sahudes, mas verdadeiramente o que ele quer é a implantação do AME no Hospital-Escola”.

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peter
peter
10 anos atrás

Procurei no google a seguinte expressão: “situação dos hospitais federais” . O principal retorno é de cair o queixo, tanto dos pacientes quanto dos funcionários. Em entrevista publicada em 20/04/13 em vários jornais, olhe só o quadro da situação no país:

A presidente Dilma Rousseff ouviu nesta quinta-feira (4) críticas sobre as condições de atendimento e de trabalho para profissionais da saúde dos hospitais federais. “Os hospitais federais se transformaram em verdadeiras pocilgas humanas. Não têm a condição de dar o menor atendimento”, disse Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos, logo após o encontro com a presidente Dilma.

Ele disse ainda que o grupo de médicos relatou à presidente que hospitais de urgência e emergência de todo o país são palco de violações de direitos humanos.

Além da queda na qualidade do atendimento aos pacientes, os médicos, segundo Ferreira, trabalham em ambientes degradados e os hospitais estão perdendo mão de obra diante do achatamento salarial e perda de gratificação.

beto
beto
10 anos atrás

Nao entendo ano passado os próprios estudantes denunciaram que precisam fazer estágios fora da cidade a saúde ja vinha capengando a reclamação era geral ,e agora nao podem esperar até o atual prefeito botar a casa em ordem ??Ta certo enquanto nao aparecer as maracutaias o prefeito tem que endurecer mesmo e caso for o Ministério publico investigar

Sigrid De Soysa dos Santos
Sigrid De Soysa dos Santos
10 anos atrás

Esclarecimento da nota do Reitor da UFSCar Professor Targino de Araújo Filho, por docente do internato em Medicina da UFSCar:
Desde 2011 o internato em clínica médica do 5 ano de medicina da UFSCar (40 estudantes) e o internato em pediatria do 6 ano de medicina da UFSCar (40 estudantes) ocorrem no Hospital Escola Municipal de São Carlos. A partir de 2013 esse internato passou a contar, além dos docentes, com 15 profissionais médicos especializados como preceptores (2 anestesiologistas, 4 pediatras, 1 pneumologista, 1 cirurgião coloproctologista, 1 cirurgião torácico, 1 reumatologista, 1 infectologista, 1 hematologista, 1 nefrologista, 1 sanitarista, 1 gastroenterologista), com atividades de evolução de 14 leitos de adultos e 6 leitos de pediatria, além de pronto atendimento de pediatria e de clínica médica noturnos. Essa experiência deve ser aproveitada e não menosprezada. Caso o Hospital seja convertido em EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, proposta do governo PT) ou em AME (Ambulatório Médico de Especialidades, proposta do governo atual, do PSDB), isso tem que ser levado em consideração.

PSY
PSY
10 anos atrás

Esse assunto já está enchendo o saco do povo. Targino meu querido, porque vocês não terminaram a p#$@a deste H.E. nos 12 anos que permaneceram no poder em S. Carlos?? Porque? Só responda convincentemente isto!! Cara, nem um terço deste trambolho está pronto!! Quando isso termina? Se é que termina!! Sebastião, meu querido, demonstração de contas se faz com notas fiscais e requisições não com cheques emitidos? Até parece que todo mundo é trouxa?? VOCÊ TEM QUE PROVAR COM NOTAS FISCAIS, GUIAS DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS, ETC. AONDE EMPREGOU O DINHEIRO QUE RECEBEU??? SENÃO AMIGO, SUA BIOGRAFIA ESTARÁ MARCADA POR PROVÁVEL ATO DE CORRUPÇÃO!!

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