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Análise de epidemiologista indica possível imunidade coletiva contra Covid-19

Estudo produzido pelo professor do Departamento de Medicina da UFSCar levanta hipótese para explicar queda na curva epidêmica

17/09/2021 08h51 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Análise de epidemiologista indica possível imunidade coletiva contra Covid-19 Fotos: Divulgação
Reportagem: Hever Costa Lima

“É possível que estejamos em um nível de imunidade coletiva capaz de induzir uma queda na curva epidêmica da Covid-19. Esta imunidade coletiva talvez esteja oferecendo resistência ao aumento de novos casos diários também pela variante Delta”.

Esta foi a conclusão feita pelo médico epidemiologista e professor no Departamento de Medicina e no Programa de Pós-graduação em Gestão da Clínica da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Bernardino Geraldo Alves Souto, no relatório que analisa o momento atual da pandemia da Covid-19 no país.

O estudo relembra que entre novembro de 2020 e junho de 2021 o Brasil acumulou 12.400.747 casos da Covid-19. “Se considerarmos uma subnotificação de até 90%, como indica a tese do Portal COVID-19 Brasil, estima-se que 124.007.470 pessoas tenham se infectado pelo SARS-CoV-2 nos sete meses e meio anteriores ao início mais recente da queda da curva epidêmica”. Essa hipótese sustenta a tese de imunidade coletiva do epidemiologista.

Nas considerações do documento, o professor disse acreditar que a cobertura vacinal atual não seja suficiente para explicar, isoladamente, a queda persistente da curva epidêmica.

No início da queda da curva epidêmica, em 23 junho (confira o gráfico), tínhamos 24.642.156 pessoas vacinadas com duas doses. “Somando os infectados nos 7,5 meses anteriores com os vacinados até então, éramos 148.649.626 indivíduos com algum tipo de defesa imunológica potencialmente efetiva contra a Covid-19”.

Este número ainda vem se acumulando devido à continuidade da ocorrência de novos casos da Covid-19, embora em ritmo decrescente, juntamente com o aumento da cobertura vacinal com duas doses.

Em São Paulo 80,47% da população em geral já recebeu a primeira dose e 48,50% completou o ciclo da vacinação. Já em São Carlos (SP), são 83,41% e 48,76% respectivamente com a primeira e segunda doses contra a Covid-19. A cidade já registrou 27.623 casos positivos. No Estado, o número, até o momento, é de 4.302.511. A hipótese da imunidade coletiva se reforça com a continuidade da ocorrência de novos casos da Covid-19, embora em ritmo decrescente, juntamente com o aumento da cobertura vacinal com duas doses.

ALERTA – O estudo da UFSCar traz a preocupação com a desconhecida duração da imunidade ao SARS-CoV-2, estimada em aproximadamente 8 meses, mas, variável de acordo com contingências individuais, sociais, vacinais e mutacionais do vírus. “Não sabemos até quando esta imunidade coletiva conseguirá resistir, especialmente à variante Delta, e manter a queda da curva epidêmica ao ponto de alcançarmos o controle da pandemia e podermos flexibilizar as medidas preventivas com segurança”, afirmou Bernardino.

O professor explicou que em novembro de 2020 foi identificada a variante Gama que é a segunda mais transmissível no Brasil. Naquele momento havia um recrudescimento da pandemia, porém, a nova variante potencializou a curva epidêmica que subiu e alcançou seu ápice em junho. Neste sentido, afirmou ele, nada impede que a Delta siga o mesmo caminho.

A análise do titular da UFSCar indica que a epidemia da Covid-19 no Brasil tem caminhado em uma direção animadora nos últimos três meses, mas, a continuidade desta trajetória ainda é imprevisível. Há indicadores que permitem imaginar o controle da pandemia no horizonte próximo, entretanto o otimismo não pode perder de vista a ameaça da variante Delta frente à potencial fragilidade da imunidade coletiva deste momento.

PREVENÇÃO – Soma-se a esta ameaça a flexibilização das medidas preventivas afrouxadas pela sociedade como o uso sistemático de máscaras, o distanciamento físico e a não aglomeração. “Ainda é cedo e arriscado flexibilizar indiscriminadamente as atividades ou negligenciar as práticas preventivas. Principalmente porque ainda não alcançamos indicadores de controle suficiente da pandemia para o relaxamento seguro do rigor preventivo, embora pareça estarmos a caminho deste alcance”.

Gráfico

Casos diários da Covid-19 no Brasil, até junho de 2021

 

Imunizante

Coronavac reduz em 88% mortes de pessoas com mais de 70 anos

O governador João Doria anunciou que a imunização com Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica Sinovac, reduziu em 88% as mortes por Covid-19 entre os idosos com mais de 70 anos no Brasil. A queda, apontada pelo próprio Ministério da Saúde, indica a eficiência do imunizante que foi utilizado na vacinação de 80% das pessoas nesta faixa etária em todo país.

“A vacinação com Coronavac reduziu em 88% as mortes de pessoas com mais de 70 anos no Brasil. A vacina produzida pelo Instituto Butantan foi fundamental na queda das mortes pela Covid-19 entre os idosos”.

Os dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe) do Ministério da Saúde indicam que a média semanal de mortes por Covid-19 entre as pessoas com 70 anos ou mais caiu de 1.316 por dia em 28 de março para 164 em 20 de agosto. A queda de 88% considera todo o território nacional.

Se consideradas apenas as estatísticas de São Paulo, o resultado é semelhante, com redução de 86% no número de óbitos. A média semanal de mortes por Covid-19, entre pessoas com mais de 70 anos no estado, caiu de 353 por dia em 28 de março, para 51 em 20 de agosto.

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