Apeoesp afirma que cerca 300 professores continuam em greve
A greve dos professores da rede estadual de ensino continua na cidade e, segundo a secretaria da Apeoesp (Associação de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), não tem previsão de término: “Da primeira semana da greve até hoje são 32 dias, e a gente tem paralisado aproximadamente 300 professores, de um total aproximado de 1200. Sendo que, na sexta-feira, que é o dia das Assembléias lá em São Paulo, esse número às vezes é maior. Tem professores que têm parado suas atividades exatamente no dia da Assembléia, na sexta, ou quinta e sexta-feira”, explica Ronaldo Mota, diretor da sub-sede do Sindicato.
Segundo ele, foi realizada uma única reunião com o Secretário de Educação, há duas semanas: “Acho isso importante, pois fica o Secretário de o governo dizendo que estão abertos à negociação mas, na prática… Nessa reunião, chamaram a entidade para dizer que não tinha o que fazer, e que iriam pensar a forma de contratação dos temporários. O concreto foi o pensar”, afirma Mota.
Ele conta que no próximo dia 23, quinta-feira, haverá outra reunião com o Secretário. E completa: “A pressão que neste momento estamos fazendo é a seguinte: tem um grupo ocupando o Legislativo, outro grupo na frente da Secretaria de Educação, e tudo isso no sentido de forçar com que haja, de fato, contato com alguém que tenha poder de decisão, pois não queremos simplesmente a marcação de uma reunião: queremos uma reunião que de fato possa progredir em uma contraproposta do governo, para que a gente possa avaliar a aceitação ou não [da proposta]”.
Segundo ele, não há uma previsão para o retorno à normalidade da situação.
GOVERNO: A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio de nota, rechaça o que chama de “inverdades” divulgadas pela Apeoesp para tentar promover seu calendário de mobilizações políticas. “A Pasta não pode pactuar com o movimento do sindicato que tem incitado os pais a não levarem seus filhos às unidades escolares para inflar a paralisação e usado, em alguns casos, até mesmo de violência”, diz a nota.
A Secretaria afirma ainda que a entidade sindical, “cujas solicitações de negociação sempre são atendidas pela Pasta” tem participado desde 2011 dos trabalhos conjuntos com representantes da Secretaria.
Os dados oficiais da Secretaria, “baseados no cadastro funcional e não em estimativas aleatórias do sindicato”, diz a nota, apontam que o índice de comparecimento da última semana foi de 91%: “O que mostra que a ampla maioria dos docentes está comprometida com as atividades escolares e pedagógicas”, finaliza a Secretaria.
A reportagem questionou a Secretaria sobre os números de professores paralisados na Diretoria Regional de São Carlos, mas o órgão afirmou que não tem esse dado.
Alguns itens da pauta de reivindicações:
– aumento salarial de 75,33%
– aplicação da jornada do piso
– reabertura das classes e períodos fechados e desmembramento das classes superlotadas
– nova contração de professores temporários, com garantias de direito
– fim da lei das faltas médicas e das perseguições das perícias médicas
– convocação de todos os concursados
– aumentos dos valores do vale-alimentação e transporte
– fim da violência nas escolas
– fim da presença da polícia militar dentro das escolas
