Candidato suspeita de fraude eleitoral em carta à reitora
Docente sugere investigação de inteligência criminalista da PF
O professor doutor do Departamento de Física e coordenador geral do Núcleo de Estudos Estratégicos em Defesa e Segurança (NEEDS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Fernando Moreira, enviou uma carta à reitora Wanda Hoffmann solicitando informação formal e oficial referente a confiabilidade do resultado eleitoral que registrou o professor doutor do Departamento de Física, Adilson de Oliveira, na primeira colocação. “A Chapa de Oliveira comportou-se de forma totalmente descompromissada com o processo, não fazendo praticamente nenhuma proposta concreta com a desculpa de que seria de oposição total ao atual governo federal e que por isso não iria conseguir financiar seus projetos”, detalhou o autor desta carta.
Em razão da complexidade tecnológica deste processo de investigação, o especialista em Segurança Nacional sugere o envolvimento do Instituto Nacional de Criminalística (INC) ligado à diretoria Técnico-Científica da Polícia Federal (PF). O docente salientou que este processo eleitoral não foi nada transparente, pois achou extremamente estranho o comportamento adotado pela Secretaria Geral da Informática em face de testemunhos colhidos ao longo destes meses. “O ingresso de meu processo junto à Justiça Federal foi a única forma que encontrei para denunciar evidências de condutas ilegais associadas ao processo eleitoral, atitude que foi fortemente motivada, dentre outros fatores, pela falta de transparência e confiabilidade no processo de votação”, abalizou Moreira.
Ataques Cibernéticos
Em seu texto, o docente relatou que a sua chapa e a da candidata Wanda receberam material pornográfico e ameaças com a frase: “Considere isso um aviso” acompanhada de imagens de caveiras. Em outra investida, os criminosos mencionaram que estavam liderando todas as ações afirmando: “Se vocês entrarem de frente, vocês vão voltar de ré, porque a gente é o terror. VVP no comando”. Membros da chapa de Moreira tomaram conhecimento de invasão de inúmeros sigilos pessoais, principalmente de alunos, o que não condiz com o que foi divulgado e certificado pela Comissão Eleitoral e pela Comissão Técnico-Executiva. “Esse foi um dos momentos mais constrangedores dos meus quase 30 anos de vida acadêmica”, lamentou o professor. “Fato similar se repetiu recentemente durante uma das minhas aulas online, durante o intervalo de espera de alguns alunos”, complementou.
Operação Vaza Federal
Moreira também descreveu muitos rumores sobre casos de eleitores que depositaram votos, mas não receberam confirmação em seu e-mail. O processo de apuração trouxe surpresa geral para grande parcela acadêmica gerando uma forte suspeita de falta de lisura, não apenas pela vantagem da chapa de Oliveira em termos percentuais, como também, pela quantidade inédita de alunos que participaram desta votação. O professor doutor do Departamento de Computação, Ednaldo Brigante Pizzolato, membro da Chapa 3, requereu informações junto à Secretaria Geral da Informática sugerindo a possibilidade de vazamento de 6 mil identidades digitais (logins e senhas), sendo que muitos indivíduos do campus sabiam deste modelo de pirataria. O Primeira Página teve o acesso ao endereço do link na plataforma https://jsfiddle.net/, que está rolando por diversos grupos de Whatsapp.
“É obvio que, quanto maior a participação da comunidade, melhor, mas é muito estranho que em tempos de pandemia a participação da comunidade tenha sido, indiscutivelmente, a maior de todos os tempos”, suspeitou Moreira. A reportagem entrou em contato com a reitoria da UFSCar, que se limitou a confirmar que vai seguir todos os trâmites legais e institucionais.
