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Cônego Antônio Tombolatto celebra 93 anos de vida

Muito querido por toda a comunidade são-carlense, Cônego Tombolatto presta relevante serviço à cidade já ao longo de seis décadas

22/01/2021 16h26 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Cônego Antônio Tombolatto celebra 93 anos de vida Foto: Divulgação

O Cônego Antônio Tombolatto, está celebrando 93 anos de vida nesta sexta-feira (22). Ele conta com 63 anos de ordenação sacerdotal, sendo muito querido por toda a comunidade são-carlense a quem presta relevante serviço ao longo de seis décadas.

Aos 93 anos, Tombolatto continua a se dedicar a vida religiosa em seu oratório semipúblico de Nossa Senhora das Dores, na Vila Carmen, em São Carlos, onde mora.

Cônego Antonio Tombolatto nasceu em 22 de janeiro de 1928, na Fazenda São Vicente, propriedade dos pais, o italiano Juliano Tombolatto e a brasileira Joana Cândida de Oliveira, entre os municípios de Brotas e Torrinha. A mãe morreu quando ele tinha apenas um ano de idade e do segundo casamento do pai nasceram as irmãs, Geni e Elisabete.

A vocação para seguir a vida religiosa surgiu na infância. “Senti o chamado e percebi muito cedo minha vocação. Não tinha ninguém da família que fizesse parte da Igreja e ainda criança fui para São Paulo onde comecei meus estudos no Liceu Salesianos Coração de Jesus”, afirma. A sequência da preparação aconteceu em Lorena, Lavrinhas e Pindamonhangaba.

Depois, Antonio Tombolatto voltou para Lorena onde estudou filosofia e pedagogia. “A partir daí passei a lecionar, morei em Campo Grande, depois no Alto Araguaia, e lecionei também no seminário em São Carlos. Depois me formei em teologia em São Paulo”, relembra. Foi seminarista de 1943 até 1958, após a ordenação tornou-se presbítero na cidade de Matão.

SÃO CARLOS – Em outubro de 1960, o bispo Dom Ruy Serra trouxe o padre Tombolatto para a Catedral de São Carlos.

Um dos primeiros projetos desenvolvidos pelo padre foi a Polícia Mirim, que oferecia acompanhamento e ocupação para crianças. A fundação da Juventude Operária Católica (JOC), que desenvolvia projetos de assistência social, foi outra importante atividade do padre. O grupo condenava os desmandos dos patrões que exploravam os trabalhadores são-carlenses. Sempre atuante e participativo, durante a ditadura militar foi considerado por alguns um padre progressista e chamado até de comunista. “Chegaram a me chamar de comunista, mas na verdade eu sempre agi da forma que o povo precisava, sempre atuei de acordo com a necessidade do povo”, conta.

O envolvimento com a classe operária em defesa dos trabalhadores deixou marcas. Quando era padre da Catedral, apoiou a formação do Sindicato dos Metalúrgicos oferecendo salas da igreja para as primeiras reuniões e, ao contrário do que muitos pensam, ele garante que o bispo tinha conhecimento de tudo. “O bispo vivia uma situação delicada e complicada. Precisava defender o povo, mas tinha que manter bom relacionamento com as famílias dos industriais, responsáveis pela maior parte dos empregos na cidade.”

Nesta época, ele foi transferido para a paróquia de Santa Isabel, na Vila Isabel, bairro que mais sofria com a falta de recursos e estrutura. “Fundei a creche para que as mães pudessem deixar seus filhos e trabalhar. Chegamos a atender mais de 100 crianças e foi lá que surgiu o projeto Patrulheiro.”

Foram 42 anos dedicados à paróquia que inclui o Santuário Nossa Senhora Aparecida da Babilônia. Até hoje a paróquia localizada na Vila Isabel é um exemplo de trabalho religioso aliado à assistência social. “Sempre contei com auxílio, nunca faltaram recursos para desenvolver os projetos, sempre que precisava, alguém ajudava. Até mesmo o Educandário, quando por falta de recursos corria o risco de fechar, fui eu quem trouxe os padres Salesianos para assumir a administração”, lembra, orgulhoso.

O trabalho de Tombolatto no Educandário São Carlos foi notável. Sua dedicação e firmeza mantiveram, à época, o atendimento aos jovens no internato, até ser efetivamente assumido pelos Salesianos, em 1978.

A idade avançada trouxe dificuldades para ouvir e andar, mas não tirou de Tombolatto a vontade de viver e servir a Deus. “Construí minha casa e a capela num terreno da Diocese, pedi autorização para o bispo, queria continuar atendendo o povo”, relata, emocionado.

Parabéns, Cônego Tombolatto, por mais este ano de vida!

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