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Construção civil é área propícia a acidentes

06/12/2011 13h02 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Construção civil é área propícia a acidentes

O soterramento de dois pedreiros na última quinta-feira (1º), em um canteiro de obras de um edifício em construção no Jardim Ricetti, levanta novamente a discussão sobre os riscos aos quais os trabalhadores da construção civil estão expostos e sobre a correta utilização das normas de segurança em prol desses trabalhadores.

A construção civil é um dos setores que mais cresce, hoje, no município, com uma série de empreendimentos comerciais e residenciais anunciados e lançados no último ano. Com o aquecimento do setor, aumenta o número de funcionários contratados para obras e, consequentemente, os riscos de acidentes.

Isso é o que explica Eduardo Augusto Leite de Pádua, engenheiro do trabalho e docente da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Segundo ele, que atua na área de segurança do trabalho, a construção civil é uma das mais críticas para a ocorrência de acidentes.

“A probabilidade de haver ocorrências, como a da semana passada, é muito grande. Isso ocorre porque, muitas vezes, as normas e legislações vigentes para a área são negligenciadas, principalmente nas obras de pequeno porte”, afirma.

Ele comenta que, dos acidentes mais frequentes, destacam-se aqueles que envolvem a falta de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) e problemas causados por trabalho em grandes alturas.

“Desmoronamentos não são muito comuns, mas apresentam maior incidência nessa época do ano por conta das chuvas, que deixam o solo fofo e instável. Agora, incidentes envolvendo falta de EPI, como luvas e capacetes, além de quedas, que sempre trazem preocupação devido à gravidade, são muito frequentes”, aponta,

Pádua ainda explica que a maior preocupação envolvendo acidentes na construção civil não está naqueles noticiados pela mídia, ou ocorridos nas grandes obras, e sim nos que acontecem em construções ou reformas, que são realizadas por pedreiros ou trabalhadores autônomos.

“Com a expansão do setor e o crescente número de obras, muitas vezes a fiscalização não consegue atender a demanda e isso abre espaço para que, em muitos lugares, a legislação deixe de ser seguida”, ressalta.

Outro ponto crítico, citado por Pádua, é que muitos casos de acidentes não são notificados ao Ministério do Trabalho por se tratarem de obras de menor porte, como reformas residenciais.

“Por serem profissionais autônomos que trabalham de forma quase informal, quando ocorre algum acidente que necessita de atendimento médico, dificilmente é informado a causa do ocorrido, portanto, tais incidentes ficam fora das estatísticas”, finaliza.

Todavia, Pádua lembra que São Carlos tem baixos índices de acidente, para uma cidade de 220 mil habitantes. Ele lembra que municípios menores, com menos construções, apresentam números superiores aos vistos em São Carlos.

“Os acidentes de trabalho, por aqui, são de pequena monta, mas qualquer acidente já constitui um problema que causa transtornos e prejuízos. É preciso estar atento, pois todo acidente é preocupante”, finaliza.

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