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Corte de flamboyants assustou população

02/12/2011 08h51 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Corte de flamboyants assustou população

Recentemente, quem passa com frequência na avenida Doutor José Pereira Lopes, foi surpreendido com a supressão dos flamboyants que ali existiam, mais de 15. Alguns, principalmente por meio da internet, mostraram tristeza com o acontecimento.

Uma delas é a bióloga, Marcela P. Moritz, moradora da região. “Sempre vou a pé ao Calçadão pela Pereira Lopes e o trecho onde me refrescava e me abrigava do sol durante a caminhada era justamente este onde as árvores foram sacrificadas, agora, não há mais nenhum trecho para me abrigar do sol”, comenta.

Segundo o coordenador de meio ambiente de São Carlos, Paulo Mancini, a supressão foi uma demanda da comunidade discente e docente de um colégio localizado na região através do programa Orçamento Participativo Educa. Mancini explica que, pessoalmente, foi contra, mas que o impacto é na paisagem urbana e sentimental e que do ponto de vista ambiental é pouco relevante. “Certamente daqui cinco anos teremos mais árvores na região do que temos hoje. Aliás, já foram plantadas nas calçadas ao lado cerca de 60 árvores e serão plantadas muito mais. Foram seguidos todos os trâmites legais para a supressão”, explica.

Mesmo sabendo que o corte das árvores teve motivos comprovados (veja no box), muitos ainda se indignam com a situação e o pensamento que ainda se existe por parte de algumas pessoas sobre árvores. “A cidade da tecnologia precisa aplicar um pouco dessa tecnologia em seu próprio benefício e aprender a conviver com as árvores que as vezes estragam calçadas, derrubam folhas e flores no chão, se enroscam nos fios de alta tensão, e em troca disso deixam nosso ar mais limpo e úmido. Isso é possível, posso dizer como ex moradora de cidades muito arborizadas”, desabafa Marcela.

Mancini gosta sempre de lembrar que cresceu ao lado de um flamboyant, localizado no Largo São Benedito e que durante a sua juventude acompanhou a guerra do Vietnã. “Símbolo de toda uma luta pelo pacifismo e de que a consciência, a mobilização, a persistência e a coragem podem parar uma guerra. O flamboyant é a árvore nacional do Vietnã. Por estas razões acho que o tráfego poderia ceder um pouco à beleza dos flamboyants e a segurança poderia gastar um pouco mais para fazer os flamboyants também seguros”, comenta. “Assim deveríamos cortar apenas aqueles fitosanitariamente comprometidos e preservar os outros. Mas, as dificuldades técnicas de conciliar conforto e segurança tornou minha opinião voto vencido”, acrescenta.

“Trabalho com educação ambiental e, frequentemente, me perguntam: olha, eu gostaria de plantar uma árvore na frente da minha casa, qual é o tipo mais adequado? Mas viu, eu quero uma árvore que não estrague a calçada, não atrapalhe a fiação e o mais importante, quero uma que não perca as folhas em hipótese alguma, porque não quero sujeira. Se o povo continuar com essa “cultura” jamais teremos uma São Carlos arborizada”, finaliza Marcela.

Segundo Mancini, o projeto elaborado para o local prevê um canteiro central com coqueiros. Para alguns especialistas no assunto, os coqueiros não são a melhor opção para trabalhar a arborização do local.

 

Edição Jeferson Vieira

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Indignada
Indignada
12 anos atrás

Indignados? Com o que? Com as árvores comprovadamente podres, que poderiam acarretar em um acidente com possíveis vítimas? Com galhos grandes que caíam e atingiam carros causando prejuízos materiais aos proprietários? Vocês querem o que? Que haja vítima fatal para então a população comovida solicitar autorização para a poda e consequentemente replantio de outras árvores? Gente, tenham argumentos plausíveis e contundentes para defender seus pontos de vista e sobretudo, pesquisem antes de falar um monte de abrobrinha… e aliás, o senhor Paulo Mancini foi contra a poda? Ele mesmo quem enviou os técnicos da secretaria do meio ambiente para constatar que as árvores estavam comprometidas.

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