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DDM vai investigar vazamento de vídeos íntimos

10/03/2016 00h06 - Atualizado há 8 anos Publicado por: Redação
DDM vai investigar vazamento de vídeos íntimos

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) confirmou, na tarde de ontem, que abriu inquérito policial para investigar o vazamento de vídeos íntimos em que dois rapazes aparecem em cenas de sexo com duas garotas. O caso ganhou enorme repercussão em São Carlos, após o vazamento das imagens por meio do aplicativo de telefone WhatsApp.

O Primeira Página conversou com o pai de uma das garotas, que está abalada emocional e psicologicamente. Natália (nome fictício) precisou passar por atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e não tinha condições de conceder entrevista.

No entanto, a reportagem recebeu um áudio em que a vítima faz um desabafo. “Eu quero agradecer a todos pela força e pelo apoio. Ninguém tinha o direito de expor a imagem desse jeito. O vídeo foi parar em Manaus, Santa Catarina e em três sites de pornografia. [Os envolvidos]  Não podem sair impunes”, declarou.

A moça comentou também que pediu para um dos rapazes apagar as imagens, o que não foi feito. “Ele acabou com a minha vida, só estou chorando. Eu sei que errei, mas se não houvesse má-fé [do suspeito] ele não tinha filmado”.

Conforme relato de uma das vítimas, a segunda moça que aparece nas imagens desativou todos os seus perfis nas redes sociais. Segundo a delegada Denise Gobbi Szakal, da DDM, antes de convocar os dois suspeitos, testemunhas serão ouvidas no inquérito.

“Nós fizemos Boletim de Ocorrência e vamos ouvir as testemunhas. Temos várias provas em mãos e estamos coletando outras para a apuração de eventual estupro”, comentou.

ALERTA – A delegada da DDM também fez um alerta para quem está compartilhando as imagens. Essa situação pode caracterizar crime de difamação. “O crime de difamação tem pena prevista de 2 anos. Se houver o compartilhamento com 30 pessoas, a pena é de 60 anos. Quem compartilhar os vídeos, também comete crime”, enfatiza.

De acordo com Denise Gobbi Szackal, Natália está bastante abalada. “Ela já recebe o apoio psicológico necessário, não sai mais de casa, não tem condições de conviver em sociedade”.

O crime de estupro, caso seja caracterizado, pode apresentar penas que variam de 12 a 15 anos, segundo Denise.

PAI – O pai de uma das garotas conversou com o Primeira Página. “Só o tempo vai conseguir atenuar a dor da minha filha, mas não vai curar”, resumiu.

“Fiquei bastante sentido pelo lado da minha filha, mas também pela sociedade, pelo desrespeito à mulher. Tenho certeza que se fizessem para alguém da família deles, eles não gostariam. Acredito em Deus e nessas horas, peço muita tolerância e compreensão. Em alguns momentos há exaltação de pessoas da família, mas tento manter o equilíbrio”, disse.

Até a conclusão da edição insistimos em falar com os dois homens que aparecem no vídeo, mas ambos não atenderam às ligações.

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