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Desde 2006, são registrados 561 casos de violência sexual

19/05/2012 11h00 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Desde 2006, são registrados 561 casos de violência sexual

A violência sexual contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo e de difícil enfrentamento, no entanto, que vem ganhando maior visibilidade na sociedade brasileira. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos, somente nos quatro primeiros meses de 2012, o módulo Criança e Adolescente do disque 100 registrou um aumento de 71% das denúncias de violação de direitos humanos contra crianças e adolescentes se comparado ao mesmo período do ano passado.

Em São Carlos, entre janeiro e maio deste ano, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) atendeu 41 casos de abuso sexual e dois casos de exploração sexual. Desde dezembor de 2006, quando o serviço de atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco na cidade teve início, foram atendidos 561 casos de violência sexual.

De acordo com Graziela Maia, Chefe de Seção de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco da Prefeitura Municipal de São Carlos, o serviço tem como objetivo acompanhar a criança ou adolescente vítima de violência sexual e sua família, a fim de contribuir para o fortalecimento dos vínculos familiares, visando um maior desempenho da função protetiva destes entes. “Considerando que o maior agressor seja o pai ou padrasto, nosso papel, nesse caso, é contribuir para o rompimento dos padrões de violadores no interior da família, além de buscar a ressignificação e reparação da situação de violencia sofrida”, explica.

Segundo Maia, através do trabalho de uma equipe multidisciplinar, a intenção do Creas é também de promover a aquisição de repertório de auto proteção para a criança/adolescente e sua família, para que, dessa maneira, os demais fatores de risco presentes nestas situações sejam superados. “Nós levamos em consideração vários fatores, como por exemplo, quem é o agressor, quanto tempo esta criança/adolescente sofreu a violência, a gravidade desta violência e, principalmente, o fator de proteção desta familia, ou seja, quando o responsável percebeu ou soube através de relato sobre a violencia, qual foi a atitude tomada? A partir disso, direcionamos o nosso trabalho”, ressalta.

A assistente social ressalta que as consequências ocasionadas por uma experiência de violência sexual durante a infância ou a adolescência são variáveis. Em casos mais graves, pode contribuir, inclusive, para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas. “Cada caso deve ser analisado individualmente, mas são consequências que variam muito. Medo do agressor, fugas do lar, baixa auto-estima, comportamento agressivo, desconfiança do contato com adultos, isolamento social, carência afetiva, baixo conceito de si próprio, regressão a comportamentos infantis, submissão e apatia, baixo rendimento escolar e até mesmo o desenvolvimento de tendências suicidas”, conclui Maia.

 

Campanha

 

Na última sexta-feira (18) foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A fim de conscientizar a população de São Carlos, funcionários da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, voluntários, promotoras legais e integrantes do ProJovem realizaram uma panfletagem nas ruas do centro da cidade, chamando a atenção para a data e para o quão fundamental é a denúncia no combate a esse tipo de crime.

Durante a campanha, houve a distribuição de panfletos que esclareciam aos são-carlenses o que é a violência sexual e de que formas ela pode ocorrer. Os voluntários também informaram sobre os locais onde crimes como o abuso sexual e a exploração sexual podem e devem ser denunciados, ressaltando para o fato de que a denúncia pode ser anônima.

 

 

Como denunciar?

 

Em casos de suspeita ou conhecimento de alguma criança ou adolescente vítima de violência sexual, qualquer cidadão pode denunciar. Para tal, basta entrar em contato com os órgãos responsáveis:

Conselho Tutelar – Rua Marechal Deodoro, 2477. Telefone: (16) 33713930.

Delegacia de Defesa da Mulher – Rua São Joaquim, 1348. Telefone: (16) 33741345.

Serviço de Atendimentos à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco (Creas)- Rua Treze de Maio, 1732. Telefone: (16) 33077799.

Disque 100 – Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes – Disque o número 100. Chamada gratuita.

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