Desembargador reflete sobre igualdade em evento na OAB
O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Alfredo Attié Júnior, esteve em São Carlos, na quinta e na sexta, para palestras que refletiram sobre igualdade e direitos humanos.
Attié é considerado um expoente no campo do saber jurídico e um braço forte como agente de composição política. Nos encontros, a advogada Ana Cristina Juvenal da Cruz participou do debate.
Ana é Professora Adjunta da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Desenvolve trabalhos na área de educação com ênfase em relações étnico-raciais, estudo e ensino das histórias africanas e afro-brasileiras).
Antes do evento, o desembargador comentou sobre um episódio que permeou o noticiário são-carlense nas últimas semanas: o caso em que Carla Campos, cargo político do governo Airton Garcia (PSB), teria promovido ofensas racistas a duas mulheres que trabalham na Secretaria da Pessoa Com Deficiência e Mobilidade Reduzida. “A Declaração Universal dos Direitos Humanos condena esse tipo de atitude. E essas atitudes ocorrem porque nunca, efetivamente, refletimos sobre o nosso passado colonial em que refletimos sobre vida e escravidão”, disse.
Desigualdade
Para Alfredo Attié Júnior, os casos de racismo se entrelaçam com a desigualdade social brasileira. Ele cita que a riqueza se concentra em 5% da população brasileira. “As seis famílias mais ricas amealham mais dinheiro que 104 milhões de brasileiros. Esse é o resultado da desigualdade que vivemos”. Ele também pondera: “Nunca é tarde para revisitarmos o passado para reconstruirmos o futuro. Reconhecendo os erros do passado, podemos criar um futuro de oportunidades, revalorizando a educação, que é um dos pilares para acabar com o preconceito”, finalizou.