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Dirigir sob efeito do álcool triplica riscos de desastres

16/02/2012 17h22 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Dirigir sob efeito do álcool triplica riscos de desastres

Nem somente alegria provoca a chegada de grandes festas como o Carnaval, já que, durante o feriado, inúmeros acidentes são causados devido ao consumo excessivo de bebida alcoólica associado à condução de veículos. Isso porque, especialistas afirmam que como a substância interfere na comunicação entre os neurônios, motoristas que dirigem sob efeito do álcool triplicam as chances de provocar desastres.

Estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) apontam que apenas duas doses de bebida já podem comprometer funções inconscientes do cérebro, como a contração das pupilas quando, por exemplo, um automóvel passa com o farol alto.

De acordo com o neurologista Dr. Sérgio de Mattos o álcool causa alterações múltiplas no funcionamento do organismo, visto que basicamente todos os órgãos do corpo sofrem os efeitos da ingestão da bebida. “Os efeitos imediatos do álcool são aqueles ligados à intoxicação alcoólica, ou seja, o indivíduo perde um pouco do senso de orientação, há um componente de euforia, o andar fica dificultoso, a fala enrolada, há a confusão mental. O sistema nervoso central tolera muito pouco a ausência de glicose, que é muito consumida quando o organismo tenta metabolizar a oferta excessiva de álcool e isso pode causar seqüelas”, explica.

Segundo ele, como o equilíbrio e a coordenação são afetados, as pessoas reagem de forma mais lenta a estímulos, o que comprova o perigo da mistura entre bebida e direção. “O álcool altera os níveis de neurotransmissores no cérebro. Existe um neurotransmissor que inibe a atividade cerebral chamado ácido gama-aminobutírico (GABA) e que é aumentado na presença do álcool, por isso a pessoa fica mais lenta e com a fala enrolada, por exemplo. Ao mesmo tempo, o álcool também bloqueia o neurotransmissor que estimula a atividade cerebral, chamado glutamato, o que leva a um retardo fisiológico, interferindo diretamente na memória”, exemplifica o Dr.Mattos.

Os efeitos do álcool a longo prazo são ainda piores, já que, segundo o médico, o consumo contínuo da substância gera dependência física e psíquica, o que provoca alterações nas reações químicas do cérebro. “Como o cérebro se familiariza com a presença regular do álcool, a produção de neurotransmissores se modifica. Nesse momento, o indivíduo passa a notar os efeitos da falta da substância, ou seja, da abstinência, já a tentativa do cérebro é de restabelecer seu equilíbrio químico. E é quando surgem sintomas como desorientação, náuseas, suores ”, finaliza.

 

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