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Em São Carlos, 423 idosos já morreram por gripe

23/03/2012 09h02 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Em São Carlos, 423 idosos já morreram por gripe

Com aproximadamente 15% aquém da média estadual, São Carlos vacinou contra a gripe, em 2011, 18,7 mil, idosos, segundo dados da Vigilância Epidemiológica Municipal. O número atinge perto de 71% da população dessa faixa etária. A média em São Paulo, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, é de 84,41%.

O número de idosos acima de 60 que morreram em decorrência de pneumonia entre 2006 e 2010 na cidade é de 423 pelos dados da Vigilância Epidemiológica que informou também que são números absolutos de mortes atestadas por pneumonia, incluindo aqui as causadas por bactérias e demais causas.

Comparado com os dados de óbitos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com pessoas acima de 60 anos entre 2006 e 2010, as 423 mortes por pneumonia equivalem a 9% (foram 4.697 óbitos). Se comparado com o total de mortes em todas as faixas etárias, que foram 6.231 no mesmo período, as mortes por pneumonia representam 6,2%.

Em 2008, o índice era ainda mais baixo com 65,12% de vacinação contra a gripe, já em 2010, 17,5 mil idosos foram preventivamente vacinados, próximo de 66,76% da população da terceira idade.

Tais dados deram suporte a uma pesquisa feita pelo médico e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara, Rodolfo Telarolli Filho que revela que 10% das mortes de idosos acima de 60 anos são em decorrência da gripe que evolui para uma pneumonia.

A pesquisa se refere aos óbitos residentes em Araraquara, de 2006 a 2011. No total foram 5.763 mortes nessa faixa etária. Dessas mortes, 683 tiveram como causa a pneumonia (11,85% do total). A pneumonia ocorre, em grande parte, como complicação da gripe. Daí a importância da vacinação da população idosa contra a gripe.

Comparando os dados de Araraquara com São Carlos, a cobertura da vacina contra a gripe na população idosa tem permanecido sempre abaixo da média do Estado de São Paulo, de acordo com o professor Telarolli Filho.

“Um paradoxo é que o idoso da região tem alta escolaridade, quando comparados com a média do Estado e do país. Em Araraquara, por exemplo, em 2011, menos de 5% dos que morreram com 60 anos ou mais eram analfabetos no sexo masculino; entre as mulheres o índice de analfabetismo entre as que morreram era inferior a 14%”, revelou.

DESINFORMAÇÃO – Para o secretário municipal de Saúde, Marcos Vinícius Bizzarro, o maior entrave para atingir os 100% de cobertura da vacina contra gripe é a desinformação da população que não compreende que gripe é diferente de resfriado. “São sintomas específicos de dor no corpo, febre e com potencial para desenvolver um quadro que afeta o sistema respiratório que leva à pneumonia. Diferente dos sintomas de resfriado, o qual é bastante comum na população no período do outono e inverno”, afirmou.

Comunicar é a alma do negócio

Os boatos e histórias resgatadas pelo professor Rodolfo Telarolli Filho, da Unesp, revelam um volume de desinformação em “graus acentuado”, como ele mesmo explica. Os idosos se recusam a tomar a vacina por acreditar que a reação ou efeito colateral após a vacinação provoca a gripe e eles vão morrer. “Cheguei ao ponto de escutar que a vacina era para o governo matar os idosos e assim diminuir os gastos com a Previdência Social”, afirmou.

Para o professor, o setor de saúde pública deve melhorar a comunicação com a população idosa, como estratégia para elevar a cobertura da vacinação contra a gripe nesse grupo etário. “Muitas pessoas ainda têm esse preconceito, têm medo, acham que as vacinas podem causar reações sérias e não é nada disso, é uma vacina é muito segura, eficaz”, explicou.

O secretário de Saúde, Marcos Vinícius Bizzarro, concorda quanto à qualidade das vacinas disponíveis no serviço público de saúde. Ele afirmou que para a campanha de vacinação deste ano, que deve acontecer com a entrada do outono, em abril, existe a proposta de uma campanha publicitária de conscientização junto às unidades de saúde da família e em pontos de concentração de idosos para intensificar o volume de vacinação.

“Nós temos capacidade técnica para vacinar a totalidade da população idosa contra a gripe”, afirmou.

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