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Escola Maria Ramos volta às aulas hoje

15/12/2015 23h51 - Atualizado há 8 anos Publicado por: Redação
Escola Maria Ramos volta às aulas hoje

Após 20 dias ocupada, por alunos que são contrários à reorganização escolar, promovida pelo Governo do Estado de São Paulo, os alunos deixaram o prédio da Escola Estadual “Maria Ramos” e a rotina normal de aulas volta hoje, 16. “Por volta das 16h30, fui a primeira a chegar. Já me deparei logo na entrada, na secretaria, com fumaça. Vi que haviam colocado fogo em alguns papéis. Aguardei a chegada da Polícia Militar, de pais de alunos, do grêmio estudantil, pois nós temos que seguir um protocolo. Nós entramos e encontramos todos os ambientes da escola, sem exceção, depredados”, contou a vice-diretora da Maria Ramos, Luciana Tenca. “Foram destruídos documentos importantes, fichas de alunos, atas de professores, documentos da vida funcional de professores, foram subtraídos alguns bens. Sabemos alguns, outros estamos fazendo levantamento mediante ao nosso inventário, mas sabemos algumas coisas que foram retiradas da escola”, completou.

Diante da situação encontrada, haviam paredes pichadas, objetos quebrados e livros rasgados. “As paredes estavam pichadas, salas de aulas pichadas, carteiras quebradas, armários todos arrombados, livros rasgados. Eu diria que passou um tsunami”, disse a vice-diretora.

Sobre os documentos que foram perdidos e o que foi levado da escola, ainda está sendo feito um levantamento. “Nós estamos fazendo um levantamento. Algumas coisas existem no sistema, outras não, precisarão ser refeitas, sendo pedidas para os pais e alunos. s atas que foram queimadas, algumas são digitalizadas, outras não. Isso também entra no boletim de ocorrência, para que depois, através dos trâmites legais, ver o que dá para fazer”, explicou Luciana.

A escola possui sistema interno de câmeras de vigilância. “Começamos a fazer um pequeno levantamento. Vamos passar diretamente para a polícia, porque após entrarem, cobriram as câmeras. Conseguimos identificar os ocupantes entrando apenas. Existiam os que chamam de ocupadores, maiores de idade, diziam para gente que eram universitários e que estavam ajudando na ocupação também de outras escolas e estavam aqui todos os dias. Quando fui chamada, quem me recebeu foram os ocupantes e não os alunos da escola”, revelou a vice-diretora.

Uma limpeza foi feita na escola para que as aulas possam voltar hoje. “Fizemos uma limpeza e organizamos a escola, porque os alunos voltam hoje; pais, mães e comunidade ajudaram”, comentou a vice-diretora.

 

CALENDÁRIO – Em relação ao calendário escolar, a única certeza é a volta as aulas. “Sobre o calendário escolar não temos correto. Só voltamos às aulas que eram para ir até o dia 23 de dezembro. Quanto à reposição, não temos nada ainda. Mas acreditamos que será na segunda quinzena de janeiro”, apontou Luciana.

A dirigente regional de Ensino, Debora Gonzales Costa Blanco, quer uma investigação detalhada sobre a ocupação. “A ocupação para reivindicar é uma coisa; subtrair, destruir é outra. É necessária uma investigação. Todo o material da escola vai ser conferido, com base no inventário para saber exatamente o que foi levado”, ressaltou.

 

Vice-diretora afirma estar decepcionada

 

Assim que a direção pode entrar na Escola Estadual “Maria Ramos”, a vice-diretora Luciana Tenca, comentou estar decepcionada com a situação de depredação que encontrou a unidade de ensino.

Para Luciana, é frustrante ver o local de trabalho, onde passa horas do dia, destruído. “Isso é frustrante, revoltante, porque muitas vezes a gente deixa a casa da gente, os filhos da gente, passamos mais hora na escola do que na nossa casa. São anos de trabalho, muitas vezes arrecadando dinheiro para fazer melhorias, colocar uma câmera, um bebedouro de água melhor, um banco, comprar uma carteira, e aí, de repente, vem e se depara com tudo destruído, é devastador, eu nunca passei por nada parecido”, lamentou.

Luciana alerta que os maiores prejudicados são os alunos. “Prejudicou muito alunos. Temos alunos do 9º ano, que provavelmente passaram no Vestibulinho da Escola Técnica Estadual (Etec) Paulino Botelho e como não concluíram os 200 dias letivos, não poderão cursar, não terão tempo hábil de levar o histórico escolar. Temos alunos que foram muito bem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não poderão fazer matrículas em universidades públicas. Temos alunos que passaram em faculdades particulares, conseguindo bons descontos, e não poderão ingressar enquanto os 200 dias não forem cumpridos”, analisou.

“Os prejuízos foram dos alunos, porque bens materiais. É difícil, mas a gente luta e consegue de novo. Agora um ano que o aluno perde na vida dele, não tem preço, quem passou na universidade e não conseguir fazer a matrícula, isso é frustrante”, concluiu.

 

 

 

 

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