Escola serve bolo com data de validade vencida
A mãe de uma aluna de 10 anos da Escola Estadual Andrelino Vieira, na Vila São José, denunciou que, durante a merenda servida na última terça-feira, 14, a garota recebeu um bolo com o prazo de validade vencido. A Diretoria Regional de Ensino afirmou que o caso é apurado para a averiguação sobre o que de fato aconteceu na distribuição do alimento.
A mãe da criança conversou com o Primeira Página por telefone e preferiu manter a identidade sob sigilo. Ela conta que, todos os dias, costuma checar o material da filha e as tarefas desenvolvidas em sala de aula e as que são passadas pelos professores.
“No recreio de terça-feira, as crianças tinham a disposição o leite, o pão e um mini bolo. A minha filha preferiu o bolo, mas não comeu. Guardou na bolsa e trouxe para casa”, diz a mãe. O mini bolo servido aos alunos venceu no dia 11 de abril, mas foi servido à aluna no dia 14.
Questionada se o produto estava na bolsa há algum tempo, a mãe descartou essa possibilidade. “Isso não aconteceu porque todos os dias eu verifico o material escolar”, reafirmou.
Na opinião da mãe, é preciso que as pessoas que cuidam da merenda da escola tenham mais atenção quanto à qualidade e à validade dos produtos. “São centenas de crianças que se alimentam todos os dias. Não falo apenas pela minha filha, mas e se outros alunos chegam a consumir um produto vencido e sofrerem uma intoxicação alimentar? Acredito que os funcionários da escola precisam de uma atenção maior aos produtos”, destacou.
CONSEQUÊNCIAS – Segundo a nutricionista Giovanna Maffei, o consumo de alimentos vencidos por crianças pode provocar consequências mais drásticas que em adultos. “Um adulto, se consumir um alimento vencido, pode passar imune a esse processo, no entanto, uma criança que está em processo de composição da flora intestinal pode sofrer bastante ao consumir um alimento vencido”, afirmou.
Mal-estar, vômitos, dores de cabeça e coceiras são alguns dos sintomas após o consumo de alimentos vencidos. “Podem até provocar a internação”, comentou a nutricionista.
“Se o alimento fosse consumido na escola, os pais poderiam até desconhecer as causas da intoxicação e, no atendimento médico, poderia ocorrer uma confusão na identificação da patologia”, disse Giovanna. A nutricionista recomendou que os pais sempre ensinem os filhos a identificarem o prazo de validade dos alimentos.
OUTRO LADO – A reportagem do Primeira Página entrou em contato com a dirigente regional de ensino, Débora Gonzalez Costa Blanco. Ela afirmou que o cardápio segue os mais rigorosos padrões de qualidade e que os mini bolos foram servidos no dia 7 de abril.
Diante da denúncia, a dirigente enviou uma equipe à escola e, na conversa com um grupo de alunos, houve a confirmação de que 15 bolinhos foram servidos aos alunos, no final do período de aula. A merendeira festa uma cesta com os alimentos para alguns alunos. “A divisão de alimentação da Prefeitura foi acionada para tomar conhecimento do caso”, afirmou.
Débora reconheceu que a atitude da mãe em denunciar o caso. “A mãe está correta, afinal os pais são os fiscais da Educação e quem ganha é o aluno”, encerrou.
