ESPECIAL SÃO CARLOS: Silvio Crestana: de Analândia para São Carlos, da roça para a tecnologia

Ex-presidente  nacional da Embrapa, o físico Silvio Crestana é uma das figuras mais importantes do agronegócio brasileiro.  Ele estudou em escola rural até o primário, na Escola Mista da Fazenda Santa Clara, em Analândia. Veio para São Carlos ainda jovem- aos 10 anos com os pais Adalberto e Lígia Crestana. Aqui fez o quarto ano primário no grupo escolar Eugênio Franco, e o quinto ano no Jesuíno de Arruda. Já na fase adulta, cursou o mestrado na USP, isso no ano de 1973.

Em 1987, Silvio se casou com Rita Helena, e desta união vieram os filhos- Lívia, com 20 anos que faz Direito na PUC de São Paulo, e o Gustavo que está no terceiro colegial, tem 17 anos e deve prestar para Biologia, segundo o pai. Entre momentos de boas lembranças com relação à cidade de São Carlos, Silvio diz  seu mundo original, e o que havia desejado profissionalmente ,eram bem distintos, mas passaram a se cruzar quando se alinhou em parceria com o professor Sérgio Mascarenhas. Deram início a um centro de pesquisa ainda em Barretos com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e posteriormente com o suporte da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), e denominaram esta pesquisa como Estudo do Sistema Água, Solo e Plantas. “

No ano de 1984, Silvio veio trabalhar na Embrapa Pecuária Sudeste. O pesquisador e físico disse que muitas das máquinas e equipamentos eram importados, e estavam parados atrapalhando o andamento de outros projetos. “Fomos então demandados para arrumar esses equipamentos, pois tínhamos engenheiros e físicos. Com a união de nossos conhecimentos começamos a consertar estes materiais, e em uma determinada situação presidente da entidade, o então presidente da casa  professor Eliseu Alves nos colocou um desafio, e nos propôs fabricar uma máquina nacional, feita totalmente de nossas pesquisas e trabalho. Com um pouco de recurso, e em parceria com o Celso Casali, começamos a fabricar as peças que precisávamos.

Em 18 de dezembro de 1984 fundamos a Unidade de Apoio a Pesquisa e Instrumentação Agropecuária, que depois o transformamos em Núcleo de Pesquisa de Desenvolvimento de Inovação Agropecuária, e hoje atua em pleno funcionamento como um grande e explorado centro de pesquisas.

Crestana ainda acrescenta que hoje o espaço lidera dois centros com duas redes nacionais- de agricultura de precisão e de nanotecnologia voltados ao agronegócio. O núcleo de agricultura conta também com 214 pesquisadores envolvidos, e na nanotecnologia mais de cem profissionais.  Hoje ele faz analogia com São Carlos, que nasceu com o café e se firmou com a  alta tecnologia. “Vejo que minha história acabou realmente se fundindo com a trajetória da entidade e com a de São Carlos também. Sinto-me como parte desta fusão”, finaliza Silvio.