Estudantes buscam soluções para problemas reais da sociedade
Questões ligadas à produtividade das empresas e instituições testam as habilidades dos futuros engenheiros de produção
Estudantes do quarto ano do curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia da USP São Carlos (EESC) apresentaram, na última quarta-feira (19/6), o resultado das atividades desenvolvidas ao longo do semestre, durante a disciplina Projeto Integrado de Melhoria, cujo objetivo é fazer com que os alunos desenvolvam soluções práticas para demandas reais apresentadas pelo mercado. Além de permitir que sejam colocados em prática conteúdos teóricos estudados em sala de aula, o projeto proporciona um complemento à formação dos futuros engenheiros, que se veem obrigados a desenvolver habilidades relacionais e de comportamento que não são contempladas em matérias expositivas, como trabalho em grupo e resolução de conflitos em ambientes, muitas vezes, complexos.
Para desenvolver o projeto, os estudantes contaram com a parceria de empresas e instituições que abriram as portas para que os grupos pudessem conhecer, analisar e sugerir melhorias para problemas reais relacionados à produtividade. Os parceiros desta etapa foram as empresas Tecumseh, Casale e Hece Máquinas, além da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos. Neste último, o projeto contemplou o setor de Suprimentos, atendendo diretamente às demandas da Farmácia.
Após as apresentações, os grupos foram avaliados pelos parceiros, que ressaltaram a importância da parceria com a universidade. Eles destacaram o empenho e o comprometimento dos alunos na busca por melhorias e manifestaram desejo de implementar as soluções propostas em suas unidades da forma mais fiel e breve possível, dentro de cada realidade.
Para a estudante Luisa Furlan a disciplina proporciona um importante complemento à formação profissional. “Passamos três ou quatros aprendendo muita teoria, lendo muitos livros e quando saímos da sala de aula vemos que as coisas acontecem de forma muito mais complexa e envolvem habilidades que não são exigidas na faculdade”, disse. Ainda segundo ela, o trabalho realizado na Santa Casa exigiu ainda mais pesquisa e cautela já que os estudantes estavam trabalhando com situações que impactariam diretamente a saúde e vida das pessoas.
O professor Marcel Musetti disse que a principal contribuição que a universidade dá à sociedade através de projetos como esse é o aperfeiçoamento do profissional colocado no mercado, que sai da graduação com mais competência e habilidade, não apenas do ponto de vista técnico, mas também de habilidades sociais, coisa que o método tradicional não conseguiria proporcionar. Já para o professor Mateus Gerolamo, antecipar as demandas do mercado, ainda durante a formação, serve tanto para preparar melhor o futuro profissional quanto para mostrar à sociedade aquilo que a universidade faz de bom e traz retorno para a sociedade. Ele também ressalta que a formação técnica é tão importante quanto o aprendizado social e que a universidade tem dado atenção a esse aspecto.
Responsável pelo treinamento de habilidades sociais dos estudantes, a psicóloga Daniele Carolina Lopes diz que o desenvolvimento interpessoal é uma habilidade que vem sendo requerida com cada vez mais frequência e que está relacionada não só à qualidade de vida mas também com a melhoria da qualidade do trabalho e desempenho profissional. Para ela, no mundo de hoje, ser assertivo, saber se comportar, lidar com as emoções, adquirir novas habilidades, trabalhar em grupo e falar em público são aspectos que acabam se tornando um diferencial na carreira.
Participaram do evento o supervisor de melhoria contínua, Felipe Facundo, e o encarregado do almoxarifado Jumaane Nascimento, do grupo Casale; o analista de melhoria contínua da Tecumseh, Marcos Batista; a gerente industrial, Juliana Sverzut, e o coordenador de montagem Sanderson Cassimiro, representando a Hece Máquinas. Além do gerente de suprimentos da Santa Casa, Bruno Mucin, professores e alunos das turmas de terceiro e quarto anos da EESC.