Estudantes ocupam pró-reitoria da UFSCar
Um grupo de aproximadamente 40 estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ocupam, desde segunda-feira, 21, a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProAce). Em nota divulgada pelo grupo, eles argumentam falta de diálogo com a universidade e dizem que as pautas de discussão sobre as moradias no campus não foram plenamente discutidas. Eles afirmaram no documento que a ocupação é pacífica e que os estudantes não permitirão danos ao patrimônio público. Em nota, a universidade disse que está disposta a aprimorar o diálogo.
“É evidente que as políticas de permanência vigentes não conseguem suprir as necessidades do aumento de ingressantes por ações afirmativas; os apartamentos da moradia, em sua maioria divididos entre nove bolsistas, encontram-se lotados, e diversos estudantes foram indeferidos sem direito a recurso”, expôs o grupo.
Segundo eles, “a permanência estudantil vai muito além da ampliação de vagas na universidade, os estudantes que ingressam via ações afirmativas devem ter sua permanência garantida, como lhes é de direito”, esclarecem.
Na nota, eles sugerem a construção de novas moradias. Além disso, pedem o acolhimento dos estudantes que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica, “visto que os mesmos, sem auxílio, acabam por desistir do curso”.
Também pedem a ampliação do número de bolsas em dinheiro (R$ 300) e o estudo de implementação de alimentação para todos os bolsistas, aos sábados e domingos.
OUTRO LADO
Em nota publicada no Blog da Reitoria, a UFSCar se manifestou sobre a ocupação. Eles rechaçaram a falta de diálogo manifestada pelo grupo de ocupação. Segundo a nota, houve uma conversa de duas horas com o grupo de estudantes. “O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis inclusive se comprometeu a, no período da tarde, tomar conhecimento detalhado das solicitações de assistência estudantil (na forma de bolsas auxílio) indeferidas e voltar a conversar com os estudantes, considerando inclusive a possibilidade de revisão desses processos caso fosse identificada a necessidade”.
De acordo com a universidade, depois do encontro, eles foram surpreendidos com a ocupação. “A Pró-Reitoria sempre esteve à disposição para esse diálogo com diferentes estudantes e grupos de estudantes, buscando, além do atendimento de questões pontuais, o estabelecimento de um cronograma de debates permanentes para que demandas pudessem ser identificadas”.
A UFSCar alegou também que as tentativas de conciliação sobre o problema nunca foram bem sucedidas “em parte devido ao baixo comparecimento dos estudantes e grande rotatividade dos interlocutores”.
“Assim, foge à nossa compreensão a acusação de não disponibilidade ao diálogo, e entendemos, inclusive, ter sido arbitrária e estranha ao processo de tentativa de negociação em curso a ocupação da ProACE, pelo que reivindicamos sua imediata desocupação para que possamos dar prosseguimento aos trabalhos de extrema relevância lá realizados”, prossegue a nota.
A universidade alegou que ampliou o limite de renda para inclusão no programa ao longo dos dois últimos anos, permitindo a inserção de cerca de 600 estudantes. “Reafirmamos nossa disponibilidade em dar continuidade e aprimorar o diálogo com os estudantes, abrangendo inclusive os pontos de pauta agora apresentados e buscando a identificação de necessidades, demandas e de eventuais falhas e a construção coletiva de soluções”, comentou a universidade.