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Evangélicos não têm celebrações especiais na Semana Santa

04/04/2012 08h23 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Evangélicos não têm celebrações especiais na Semana Santa

As celebrações alusivas à Semana Santa começaram no Domingo de Ramos e terminam uma semana após, no Domingo de Páscoa, quando é comemorada a ressurreição de Cristo. Estes ritos são praticados pelos católicos. Para seguidores de outras religiões não há celebrações especiais para a data e as igrejas a encaram como mais um feriado do ano. “Não existe Semana Santa para nós. Acreditamos na ressurreição e consideramos todos os dias santos”, destacou o professor de Ciências da Religião, João Santana Oliveira.

Para o professor, muitos evangélicos aproveitam o dia como um dia de lazer, que também inclui o trabalho espiritual. “Hoje estamos percebendo que algumas religiões, principalmente as neopentencostais, buscam realizar aglomerações de fiéis em culto público também na Sexta-feira Santa, até como demonstração de força no crescimento dos evangélicos”, disse.

Os cultos da Assembleia de Deus ocorrem normalmente e não há cerimonial específico para a data. Uma das celebrações realizadas pela igreja acontece no mês de agosto, marcando a fundação oficial de trabalho. Os fiéis da Assembleia de Deus praticam o chamado jejum bíblico e não a abstinência de carne. Este jejum pode ser feito em qualquer dia, disse o professor.

O jejum também é praticado pelos fiéis da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Porém, ele é feito no primeiro domingo de cada mês, independente da Páscoa. Para os fiéis desta igreja, também não há celebrações especiais e nem se pratica a abstenção da carne. Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, as reuniões sacramentais, correspondentes aos cultos e missas em outras igrejas, são realizadas aos domingos, a partir de 9 horas. No restante da semana, a igreja promove aulas para jovens e reuniões.

A Igreja Anglicana e também a Presbiteriana diferem pouco da tradição católica. Pequenos detalhes marcam a diferença. “Na Igreja Anglicana, a atividade litúrgica é muito semelhante”, explica Oliveira. Também a Igreja Metodista não tem doutrinas e nem normas específicas sobre este culto, mas em alguns países, “apenas em sentido tradicional e voluntário, há uma cerimônia nesta data, com ou sem imposição de cinzas”, explica outro professor de Ciências das Religiões, da PUC, Fernando Altimayer.

A tradição Presbiteriana aponta como diferença a leitura do Evangelho no Domingo de Ramos. Enquanto a tradição católica revive toda a paixão de Cristo neste domingo, a Igreja Presbiteriana apenas lê a entrada de Jesus em Jerusalém, deixando o restante relato para a Semana Santa. “Os sete dias antes da Páscoa são um tempo especial de preparação para os fiéis presbiterianos e também para os metodistas”, disse Altimayer.

ESPIRITUALIDADE – Tradicionalmente, nas igrejas protestantes, a espiritualidade centrou-se na Sexta-feira Santa e na redenção. Na tradição Batista, durante a Semana Santa, há cultos vespertinos ou serviços religiosos à noite, em especial na Quinta-feira e Sexta-feira Santa, onde são lembradas, através de textos e hinos, as últimas 48 horas de Jesus, a última ceia com os discípulos e a crucificação.

A tradição Metodista celebra um culto na Sexta-feira Santa “muito solene e por vezes emotivo, no qual são realçados os acontecimentos centrados na crucificação e morte”, explica o professor. Leituras bíblicas longas e apropriadas e hinos de sofrimento e tristeza, “embora de fé” conduzem os fiéis.

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