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Editorial: Explosão de coronavírus – Ação e reação

08/05/2020 11h41 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Editorial: Explosão de coronavírus – Ação e reação Foto: Flavio Lo Scalzo / Reuters / Direitos Reservados

Dia 22 de março de 2020. O Jornal Primeira Página estampava uma estatística estarrecedora diante de um inimigo sorrateiro e desconhecido. O novo coronavírus poderia resultar em mais de 2 mil mortes, disse, em uma reunião, o presidente da Unimed São Carlos, Daniel Canedo. Quarenta e seis dias depois, a cidade, literalmente, respira aliviada. Pelo menos por enquanto. A estatística do caos não se materializou. A atualização do quadro da covid-19 apontava, até a quarta-feira, 6, três mortes – uma delas de uma são-carlense que estava em Ribeirão Preto, mas como preconizam os protocolos, o caso soma-se à estatística local. A nossa vizinha Araraquara, por exemplo, apresenta 110 casos confirmados e quatro mortes – números que preocupam.
Há uma série de fatores a serem elencados a esta vitória, ao menos momentânea, na batalha travada com este inimigo oculto, porém altamente letal. A conscientização de uma parcela expressiva da população, que respeitou o isolamento social pedido pelas autoridades de saúde e sanitárias nas primeiras semanas foi um dos fatores. Contudo, a população precisa aguentar mais um pouco. Os índices abaixo de 50% podem postergar a retomada das atividades. E este é um sinal negativo.
Os esforços das autoridades públicas e de saúde de São Carlos merecem um destaque à parte. Primeiro, o prefeito Airton Garcia, que compreendeu bem a complexidade do problema. Soube ouvir e agir com a razão, diferente de outros agentes públicos nas esferas estadual e federal que peitaram o vírus e, consequentemente, colocaram as estabilidades política e econômica do Brasil em risco.
Enquanto plano privado, a Unimed São Carlos não virou as costas ao município. Trabalhou pari passu em busca da contenção do vírus, disponibilizando seus aparatos técnico e profissional à população, independente de convênios, em caso de necessidade.
Por último, a Rede Pública demonstrou o quanto o Sistema Único de Saúde é importante para contemplar as necessidades de um povo carente. Mesmo sucateado e desacreditado, é o SUS quem segura as maiores dificuldades enfrentadas até aqui. Além dos valorosos funcionários das UPAs e do SAMU, cabe um destaque à Santa Casa de Misericórdia, que não esmoreceu e encarou mais este desafio. O Hospital Universitário, tão criticado por quem não conhece o sistema de atendimento referenciado, a popular porta fechada, também se eximiu da sua missão. Como já noticiado por este Primeira Página, destinou 66% dos leitos aos pacientes de covid-19.
Hora de relaxar? Evidente que não. As medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus ainda se fazem necessárias. Porém, traz margem para o município traçar um planejamento de retomada da economia. Não custa lembrar que o comércio de São Carlos foi atingido por duas enchentes que antecederam a pandemia. E como reflexo disso, a cidade pode aumentar a fileira de desempregados e portas de estabelecimentos baixadas. O ditado “melhor falido do que falecido” é pura bravata e não funciona no mundo capitalista. O importante, agora, é trabalharmos para evitarmos ambas as coisas.

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