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Família espera 24 anos por explicação da morte de filha

19/03/2012 12h19 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Família espera 24 anos por explicação da morte de filha

São 24 anos de espera e nenhuma resposta. A família de Andreia Negrão dos Santos, morta em 1988, vive com uma lacuna em sua história. Ninguém, nem a Polícia Civil e nem Polícia Militar, conseguiu desvendar o assassinato da menina, que na época tinha 14 anos. “Vivo sem um pedaço de mim e o pior, não sei o que aconteceu com ela. Todos estes anos se passaram, mas não consegui esquecer o que aconteceu. Apenas a religião acaba me confortando. Mas o pai, foi se deixando levar por tudo e sua vida acabou. Perde o estímulo de viver”, contou Lúcia Helena dos Santos, a mãe de Andreia.

 

A história começa em 1988, era uma terça-feira, 29 de março. Andreia pediu a mãe, Lucia Helena, para ir ao parque de diversões, instalado na avenida Getúlio Vargas. Lúcia concordou, porém teria que ir acompanhada da irmã Adriana e do primo Cleber, na época ambos tinham 13 anos. Porém tudo foi combinado com outras duas tias, local onde as meninas iriam passar a noite, por ser perto das instalações do parque, no Cruzeiro do Sul. Andreia morava no Santa Felícia.

E assim, saíram foram os três para o parque. O que deveria ser uma tarde de alegria, tornou-se uma tragédia, até hoje sem solução. “Dificilmente eu deixava as crianças saírem para longe de casa, autorizei o que foi o fim da vida para minha filha”, disse a mãe.

Segundo registros policiais, as crianças deixaram o parque por volta das 22h. Em1988 acriminalidade não estava tão visível e presente na vida das pessoas.Em São Carlos, ainda podia-se dormir com janelas e portas abertas. Havia apenas alguns pontos de isolados que preocupavam as Polícias Civil e Militar.

Andreia se despediu da irmã Adriana e do primo Cleber, que iriam passar a noite na casa da tia Maria, mãe de Cleber. Andreia iria ficar na casa da tia Marlene, a poucas quadras do parque. A menina, de fato, passou a noite na casa da tia. Porém pela manhã, decidiu ir da Vila Alpes até o Cruzeiro do Sul, se encontrar com a irmã e o primo na casa da outra tia. E aqui a história começa a ganhar tons trágicos.

Segundo os relatos do inquérito policial, eram sete horas da manhã quando Andreia saiu da casa da tia Marlene em direção ao Cruzeiro do Sul. A menina, segundo testemunhas, foi vista, na época, pela Vila Isabel, no entorno do Conjunto Educacional Sesi, e nas proximidades onde hoje é o CDHU. Local que na época tinha um matagal, um campinho de futebol e uma grande mangueira, onde as crianças subiam na árvore para saborear “mangas no pé”. Andreia nunca chegou ao seu destino final, na casa da sua tia Maria.

 

TELEFONEMAS ANÔNIMOS – Depois de procurar Andreia em casa de diversos parentes na Vila Prado e Cruzeiro do Sul, no final da tarde do dia 30 de março foi registrado o boletim de ocorrência de desaparecimento. Telefonemas anônimos diziam ter informações sobre o paradeiro da menina. A Polícia Civil tomou como linha de investigação, em um primeiro momento, encontrar o autor dos telefonemas.

Pouco tempo depois foi localizado o autor, porém de concreto nada foi encontrado. A polícia passou a receber inúmeras ligações, todas elas forma apuradas e não tinham nenhum fundamento que desse um caminho verdadeiro para o que de fato havia acontecido. “Foram momentos de angústia, tristeza, medo e insegurança. Não sabíamos se ela estava viva, morta, sofrendo. Queríamo-la de volta. Fazíamos de tudo. Meu irmão até largou o emprego para ajudar a procurar a Andreia e nada”, relata Lúcia, a mãe da menina, em entrevista exclusiva ao Jornal Primeira Página.

 

Menina foi encontrada morta 82 dias depois

O corpo de Andreia foi encontrado em junho de 1988, depois de 82 dias do seu desaparecimento. Na região onde hoje é o CDHU, havia um campo, mato, árvores e era local de acesso ente as pessoas que vinham da vila Isabel, Vila Apes, para o bairro de Cruzeiro do Sul. Ali existia uma mangueira, onde crianças se reuniam para pegar o fruto. E foi neste local que o corpo da menina de 14 anos foi encontrado.

Segundo o inquérito policial, um homem teria ido próximo da árvore para urinar e foi quando encontrou um corpo em alta decomposição. Ele estava coberto de grama, um pouco mais à frente havia algumas roupas de criança.

A polícia constatou que no corpo de Andreia havia diversas perfurações de faca, os dentes quebrados e sinais de tentativa de defesa.

O desaparecimento chegava ao fim.

 

O MONSTRO DE RIO CLARO – No ano de 2000, com a divulgação de casos semelhantes na cidade de Rio Claro, cogitou-se a possibilidade de Laerte Patrocínio Orpinelli, conhecido como Monstro de Rio Claro, ter praticado o crime.

Orpinelli foi trazido para São Carlos, realizou várias diligências em diversos pontos de São Carlos, mas o delegado responsável pelo caso de Andreia, na época, descartou qualquer participação de Orpinelli.

Com isso, 24 anos depois, a polícia não conseguiu encontrar uma resposta para a família e para a sociedade.

Polícia pode continuar investigando, mas crime prescreveu

Segundo o advogado criminalista, Arlindo Basílio, caso a polícia obtiver novas informações sobre o caso Andreia, ela poderá continuar as investigações, porém o crime já prescreveu e se caso encontrar o autor do crime, ele poderá ser beneficiado por isso.

Basílio disse ainda que não é comum um caso assim ficar sem solução. Isso acontece apenas quando todos os elementos não permitem chegar ao autor. “É incomum. A polícia já deu todas as atenções possíveis, porém hoje não há mais o que fazer, uma fez que o crime já está prescrito”, finalizou.

 

 

 

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Jhow
Jhow
12 anos atrás

Nossa eu me lembro disso, meus pais me levavam pro SESI aos sábados por ali e sentíamos um cheiro horrível de carniça na época, mas como ali era só mato alto ninguém nunca imaginária que fosse um corpo humano em decomposição. Triste demais, minhas condolências para a família..

um amigo da familia
um amigo da familia
12 anos atrás

na mesma epoca over um crime brutal quaze do mesmo jeito que lembra do monstro de ibate que matou treis meninas na estrada do broa sera que não foi o mesmo que matou andreia a policia na epoca sera que em vistigou isso ?????????????

Angela irmã de Andreia
Angela irmã de Andreia
12 anos atrás

houve tbm investigações quando teve o caso das meninas de Ibaté,mas…nada, ela desapareceu primeiro que as meninas de Ibaté e foi encontrada depois das meninas, msm assim não houve indícios de que pudesse ter sido a msm “pessoa” se é que posso chamar assim um ser desses ….SAUDADES MINHA IRMÃ QUERIDA…♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

rubro
rubro
12 anos atrás

cadê o recorte de jornal com a notícia, como diz a legenda???

kkkkkkkkkkkkkkkk

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