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IFSC-USP desenvolve câmara de ozônio para descontaminar máscaras respiratórias

10/04/2020 07h28 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
IFSC-USP desenvolve câmara de ozônio para descontaminar máscaras respiratórias Fotos: Divulgação / IFSC-USP

A atual situação de uso intenso de máscaras de proteção respiratória pela população e pelos profissionais da saúde vem causando uma escassez de máscaras respiratórias profissionais em todo mundo

As máscaras de uso mais comum nos hospitais (EPI- equipamentos de proteção individual) são as chamadas TNT e PFF, com e sem filtros, inclusive a KN95. Estamos vivendo agora um momento de escassez, ao ponto de profissionais da saúde estarem usando máscaras por até 7 dias, ou mais. Isto é um problema que coloca em risco os profissionais da saúde, que neste momento são os que devem ser mais preservados. Para amenizar este problema, teremos que reciclar as máscaras.
Métodos convencionais de autoclave não são apropriados, por destruírem a estrutura destes EPI. O uso do UV (ultravioleta) pode não ser o mais indicado neste momento, pois os micro-organismos estão emaranhados na estrutura das malhas ou no filtro das máscaras, fazendo com que o UV não penetre nestas regiões. O melhor, no momento, é o uso de ozônio, molécula reativa de oxigênio (O3) que é um gás de grande penetrabilidade e que pode resolver o problema.
A solução encontrada pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) foi criar uma câmara de ozônio segura, e que, ao colocar em seu interior as máscaras, o sistema passe por ciclos de vácuo e atmosfera saturada de ozônio, penetrando em todos os lugares das máscaras e promovendo sua descontaminação, sendo que a câmara não necessita de estrutura especial para a operação. Tubos especiais permitem fazer a exaustão do ar de seu interior e do ozônio para fora do local. A tampa da câmara de ozônio é hermeticamente fechada, dando adequada proteção de uso, sendo um sistema totalmente automatizado. Basta colocar as máscaras, apertar o botão e aguardar o tempo: uma luz indica o final da operação.
Para o Prof. Vanderlei Bagnato, pesquisador do Grupo de Óptica do IFSC/USP, que idealizou e desenvolveu o equipamento, é recomendado que as máscaras sejam identificadas por seus usuários (pequena etiqueta de fita com nome), para que o mesmo usuário sempre utilize sua própria máscara após a descontaminação. Embora este procedimento não seja obrigatoriamente necessário, o mesmo deixa os usuários mais confortáveis.
Central de Descontaminação
Por outro lado, o Grupo de Óptica do IFSC/USP está cogitando criar uma central de descontaminação de máscaras em São Carlos, para que os hospitais, UPAS E UBS da região possam trazer suas máscaras a cada dois, ou três dias, para serem descontaminadas e devolvidas à procedência. Desta forma, apenas uma unidade poderia dar conta de uma região, o que nada impede que cada hospital tenha sua unidade própria.
Da forma como o sistema foi criado, ele se apresenta seguro, retirando a principal objeção com respeito aos cuidados com a manipulação do ozônio. O método é seguro e muito conhecido como eficaz na inativação de vírus e bactérias. Aliás, a preocupação não é só com o novo Coronavirus, mas também com as bactérias que existem um pouco por todo o lado.
O Centro de Óptica e Fotônica do IFSC-USP recebe financiamento da FAPESP, CNPq e Embrapii, e trabalha há mais de 10 anos em processos de descontaminação de alimentos, órgãos para transplantes e infecções do trato respiratório, usando ação fotodinâmica, UV e ozônio.
Muitos trabalhos científicos foram publicados no tema pelos nossos pesquisadores ao longo dos últimos anos e estão disponíveis no site http://cepof.ifsc.usp.br.

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