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Marcha das Vadias reúne 400 pessoas

27/05/2012 00h13 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Marcha das Vadias reúne 400 pessoas

Neste sábado, 26, por volta das 9h, a Marcha das Vadias se organizava para sair às ruas, da Praça Santa Cruz em direção à Praça do Mercado Municipal. A Marcha reunia cerca de 400 pessoas que protestavam contra a opressão e agressão às mulheres, não só de São Carlos, mas do mundo todo.

 

Com caras pintadas simbolizando hematomas, tocando tambores, distribuindo panfletos e cantando pela avenida São Carlos, elas chamaram atenção de toda a população que por ali estava e fazia caras e bocas com o acontecimento.

Júlia Borges, 23, estudante, foi uma das idealizadoras da Marcha e disse que estava esperando cerca de 300 pessoas para o evento, mas esse número foi superado. “É importante realizar em todos os lugares, mas aquiem São Carlosescolhemos discutir na Marcha Sobre a Violência Contra A Mulher. E também sobre a culpa que as mulheres sentem sobre a violência que elas sofrem. As pessoas geralmente falam, por exemplo: ‘ah, Fulana apanhou em casa e aí vêm comentários do tipo que ela provocou e tudo mais’” (sic). Ela lembra que toda a sociedade tem machismo e até mesmo muitas mulheres, pois está enraizado na sociedade. “O machismo é intensificado com a sociedade capitalista, quem faz o serviço invisível dentro de casa são as mulheres que são oprimidas por essas tarefas. E as mulheres que não são oprimidas têm outra mulher em casa que é quem faz”, diz.

Com opiniões políticas fortes, os estudantes tornaram-se ‘caras pintadas’ para protestar contra a agressão à mulher, que foi uma invenção do pessoal que estava tocando na bateria. “A ideia de pintar o olho de preto e a face branca é para simbolizar um hematoma no olho”, explica Cibele Ferreira, 23, estudante e que estava tocando na bateria da Marcha com o rosto pintado.

Já o estudante de 28 anos, Gustavo Linz Mayer, também abraçou a causa feminista e foi protestar na Marcha. “Concordo com a causa e acho interessante porque são esforços que, junto com a Parada Gay, podem criar alternativas contra a opressão”.

Ele faz uma comparação com um movimento internacional. “Acho que tem uma relação com o movimento internacional que é a Marcha Mundial da Mulher”, cita.

“A importância é chamar a atenção da população são-carlense”, relata a estudante Monique Amaral, 21, que protestava com o cartaz “tire seu moralismo da frente que eu quero marchar!”. “Estamos aqui para chamar a atenção da população para a violência com a mulher e todo o abuso que, muitas vezes, aparece no noticiário, mas que fica perdido com várias outras informações sobre violência. A Marcha chama a atenção para que a partir de então possa se tomar providências a respeito com umas discussões mais sérias”, conclui Monique.

 

Pesquisadora apoia movimento

Rosângela Ferreira Borges é pesquisadora do Centro de Investigação de Mídia e Jornalismo da Universidade Nova de Lisboa em Portugal com projeto política no feminismo e estava conferindo a Marcha das Vadias. Ela fala ao jornal Primeira Página sobre as manifestações dos jovens de hoje. “Acho que são movimentos novos e são superimportantes, pois são novas concepções e por menos que aparentem ter poucas pessoas, mas na minha concepção, têm bastante. Existe uma manifestação que demonstra serem necessários esses novos movimentos e que não estão mortos”.

“Muitas vezes, olhamos e parece que nada está acontecendo, parece que essa nova geração nunca faz nada, porém, isso não é verdade. É claro que é com outra performance,  com novo formato, mas eu acho que são questões de mudar uma sociedade, que respeita a diferença mas que os direitos sejam iguais”, diz Rosângela.

As mulheres representam uma maioria em quantidade na sociedade, mas em direitos não é assim que funciona, segundo ela. “Tudo o que foi conquistado até hoje, foram pelos movimentos sociais. Cada vez estão crescendo mais”.

“As manifestações causam estranhamento à população, mas o importante é que se combata com inteligência e mostrando a cara a sociedade que se quer”, finaliza.

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Marly Amaral
Marly Amaral
11 anos atrás

Gostei de ver essa passeata foi pacifica e inteligente. Espero que a sociedade acorde e não se cale.
Mulher não é objeto é um ser humano e como tal tem seus direitos. Que as mães eduquem seus filhos
para serem homens de verdade e não machões se achando superiores.
Existem muitos homens que respeitam as mulheres, mas infelizmente são uma minoria, a estes homens
fica aqui o meu respeito, vocês podem ajudar a mudar essa sociedade machista e preconceituosa.

Denise
Denise
11 anos atrás

Não entendo essa marcha, porque pedir que uma sociedade como a nossa mude seus conceitos é quase como um tiro na agua. Eu não vi nem um cartaz pedindo prisão perpétua para estupradores, prisão preventiva para quem ameaça ou põe em risco a vida de uma mulher ou até da castração quimica em casos mais graves, isso sim seria uma marcha com um fundamento. Porque pedir para que um estuprador ou um machão que coloque a mão na conciencia e pare de estuprar ou de bater é piada … vamos sim exigir leis rigorosas para proteger e amparar nós mulheres … senão essa marcha vai ficar igual a dos gays, que não gera nada de concreto …

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