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Número de mortes e nascimentos se equiparam em abril

Diferença entre natalidade e mortalidade em 2021 é de 64 nascimentos em São Carlos; no mesmo período, em 2020, houve 195 nascimentos a mais

20/04/2021 05h44 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Número de mortes e nascimentos se equiparam em abril Foto: Arquivo pessoal

Os dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais mostram que na primeira semana de abril, pela primeira vez na história, o número de mortes ultrapassou o de nascimentos na região Sudeste do Brasil.

Foram 13.998 nascimentos entre o 1º e o 8º dias deste mês, contra 15.967 notificações de óbitos. Esta realidade do Sudeste chegou perto da dinâmica de nascimento e morte de São Carlos. Em abril, do dia 1º ao dia 15, foram 130 mortes e 133 nascimentos. Antes da pandemia, o número de natalidade era o dobro da mortalidade.

A soma dos nascimentos nos dois cartórios de registro civil de São Carlos em 2021 chega a 593 entre 1º de janeiro e 15 de abril. As mortes são 529 no mesmo período. Uma diferença de 64 nascimentos a mais que óbitos. No ano passado, no mesmo período, a diferença foi de 195 nascimentos.

Comparando 2020, entre natividade e mortalidade, em São Carlos ocorreram 1.763 mortes e 2.865 nascimentos. Uma diferença de 1.102 nascimentos a mais. São números muito perto da realidade pré-pandemia. Entretanto, a inversão, que é um fato inédito, pode ocorrer e atingir o país como um todo, segundo especialistas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em março, que foi o mais mortal da pandemia no Brasil, a diferença entre nascimentos e mortes foi a menor dos últimos anos. Com as famílias brasileiras tendo menos filhos, a discrepância entre quem chega e que se vai passou a ficar cada vez menor. A previsão do IBGE era a de que essas duas linhas iriam se cruzar em 2047. No entanto, a pandemia de Covid-19 acelerou, por ora, esse fenômeno.

Em 120 anos, a população do Brasil só cresceu. Na virada para o século 20, eram menos de 200 milhões de brasileiros. Hoje, a população passa de 200 milhões. Mesmo nas últimas décadas, com famílias menos numerosas, o país continuou crescendo. Mas com uma diferença: o número de nascimentos começou a cair de forma gradual. Ou seja, a diferença entre nascimentos e óbitos passou a ficar cada vez menor.

Para o médico e neurocientista, Miguel Nicolelis, esse é mais um sinal do descontrole da pandemia no país. Ele afirma que, já em março, algumas regiões registraram mais óbitos do que nascimentos, como é o caso do Rio Grande do Sul.

“Tudo leva a crer que nós podemos passar de 200 mil, 220 mil óbitos mensais no Brasil. O que seria mais do que o dobro do que era a média mensal antes da pandemia”, estima Nicolelis.

“Por isso que eu e boa parte da comunidade científica brasileira temos recomendado medidas rígidas de lockdown nacional, bloqueio de fluxo de pessoas, vacinação aumentada e uma coordenação nacional da pandemia. Para evitar esses efeitos estruturais que levem o país a esse ponto de não retorno”, diz o infectologista.

Para especialistas em demografia, os impactos no sistema de saúde e na economia influenciam as decisões das famílias, o que reduz a taxa de natalidade.

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