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O pesadelo acabou; famílias voltam para suas cidades de origem

31/10/2011 21h24 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
O pesadelo acabou; famílias voltam para suas cidades de origem

Sorriso e alívio, sentimentos que se misturaram na tarde de ontem em frente à Gerência Regional do Ministério do Trabalho de São Carlos. As famílias que estavam trabalhando e morando em condições sub-humanas na fazenda Palmeira tiveram um ponto final na triste história. Todos receberam verbas salariais e indenizatórias do empregador Edson Rossi.

Agora começa uma nova etapa. Todos voltam para sua cidade de origem e com as despesas pagas pela fazenda.

Mayara, de 12 anos, a menina da janela, a personagem da reportagem do Jornal Primeira Página do último sábado, estava radiante: “Vou poder voltar para minha casa”, dizia.

Eles retornam agora para Guapiara, na região do Vale do Ribeira.Guapiara -_SP

A casa é de madeira com quatro cômodos. Uma sala grande, dois quartos e uma cozinha. As camas não são de caixas de plásticos. E não chove dentro. É humilde, simples, mas tem conforto, foi assim que Mayara descreveu a sua casa. “Quero voltar para a escola. Quero ser bióloga, quero estudar”, afirmava feliz.

Sua mãe, Maria Aparecida, já não chorava mais. Estava radiante e alegre. “Vou voltar para o meu canto, o meu lugar. Não devia ter saído de lá”, contou.

Com o ar dever cumprindo, pelo menos em parte, o gerente regional do Ministério do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, acredita que a primeira parte do seu trabalho foi cumprida. Agora começa os trâmites do processo pro descumprimento das leis trabalhistas por parte de Edson Rossi e do proprietário da fazenda Palmeira, co-responsável pela condição de escravidão a que as crianças estavam submetidas. Eles irão responder por crime ambiental, por trabalho escravo infantil, além de danos morais e materiais causados aos ex-funcionários da fazenda.

O CASO – O Ministério do Trabalho encontrou na quinta-feira (27) crianças em situação de trabalho escravo na fazenda Palmeira em São Carlos.  Uma denúncia de que sete crianças trabalhavam em uma lavoura sem nenhum tipo de proteção levou os agentes do Ministério até o local. As crianças trabalhavam na lavoura de tomate, estavam expostas a agrotóxicos e não frequentavam a escola.  O local foi interditado.

Na sexta-feira (28) todas as famílias foram retiradas da fazenda e hospedadas em um hotel no Centro de São Carlos, até ontem, quando foram levadas para as suas cidades de origem, a maioria na região do Vale do Ribeira.

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