Orelhões são redistribuídos na cidade
Alguns comerciantes da região do Mercado Municipal de São Carlos notaram que, nos últimos dias, muitos telefones públicos foram retirados do local onde estavam. Segundo um deles, que preferiu não se identificar, a empresa de telefonia responsável pelos orelhões já retirou mais de 90 em toda a cidade. “Não é todo mundo que tem celular. Muitas pessoas ainda dependem deste equipamento para se comunicar”, afirma R.B.
No entanto, de acordo com a assessora de imprensa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Talita Passos, o que aconteceu foi uma redistribuição de orelhões, para que, com uma melhor distribuição e otimização destes equipamentos, instituições públicas e locais rurais sejam melhor atendidos. “O novo Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado (PGMU) estabelece que as concessionárias devem manter pelo menos 4 orelhões por mil habitantes por município em vez de seis orelhões para cada mil habitantes por setor do Plano Geral de Outorgas. Ou seja, a meta de densidade de orelhões (quantidade de orelhões por grupo de mil habitantes) passa a ser exigida em relação a cada município, e não mais em relação à área de prestação do serviço, que pode envolver mais de um município”, explica.
Segundo ela, a medida fará com que mais de 37 milhões de habitantes que residem em mais de dois mil pequenos municípios e atualmente possuem menos de quatro orelhões por mil habitantes, sejam diretamente beneficiadas.
Passos ressalta que não houve qualquer alteração na obrigação de um orelhão estar, no máximo, a 300 metros de distância de qualquer ponto de uma localidade, fato que garante uma distribuição geográfica mais efetiva.
A proposta da agência, que prevê adequação da meta de densidade de orelhões, foi adotada devido a diversos fatores. Dentre eles, estão a popularização dos celulares, o uso da internet e de outras formas de comunicação, como o envio de mensagens de texto, e também o declínio anual em torno de 20% da utilização dos orelhões nos centros urbanos. Ainda assim, o número de orelhões em São Carlos está acima da nova resolução, já que, até dezembro de 2011, foram contabilizados 1.261 orelhões em todo o município, o que atenderia mais de 300 mil habitantes.
