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Para médico e ex-vereador, país clama por novos políticos, pessoas mais conectadas com a realidade moderna

04/07/2016 10h23 - Atualizado há 8 anos Publicado por: Redação
Para médico e ex-vereador, país clama por novos políticos, pessoas mais conectadas com a realidade moderna

Médico renomado na área de pediatria em São Carlos, Normando Lima foi eleito vereador em 2008 pelo PSDB, com 4.449 votos, o mais votado naquela ocasião. Em 2012, Normando foi candidato a vice-prefeito pelo PV na chapa encabeçada pelo candidato Oswaldo Barba (PT). A chapa não saiu vencedora naquele pleito, mas o resultado em nada afetou a reputação do Dr. Normando. Apenas reforçou a sua convicção de que a política são-carlense, assim como a nacional, precisa se renovar para se modernizar. Confira a íntegra da entrevista, a seguir:

Jornal Primeira Página – Após ter tido expressiva votação em sua eleição para vereador em 2008 e ter sido escolhido dentre tantos nomes para disputar a vice-prefeitura na última eleição, qual sua pretensão para o próximo pleito? 

Normando Lima – Sou já um senhor de 75 anos. Creio que, de forma direta, muito já colaborei para o avanço da cidade. Esta próxima eleição será caracterizada por duas vertentes: a renovação e a modernização da política. O país clama por novos políticos, por pessoas mais conectadas com a realidade moderna, com uma linguagem dinâmica e rápida, e claro, comprometidas com a ética e a honestidade. Creio que os velhos políticos precisam dar espaço aos novos, para que o ciclo se reinicie, e a política se refaça, se recrie.

Jornal Primeira Página – O Dr. outrora já havia sido candidato a vice prefeito, e se elegeu como mais votado vereador em apoio ao prefeito Paulo Altomani em 2008. O que teria provocado o seu afastamento deste grupo político?

Normando Lima – Como disse, tudo na vida tem seus ciclos. De fato, quando da 5a tentativa fracassada de Altomani, o nosso grupo pedia um novo candidato, o qual era o deputado Lobbe Neto, pessoa de nossa mais alta estima. E, por insistência, Altomani tentou ser candidato pela 6a vez consecutiva, sem dar espaço para nenhum outro quadro por 20 anos! Não só eu, mas muita gente se afastou do PSDB, não entendendo essa obsessão. Hoje, fica claro não só a mim, mas à cidade toda, que este projeto político fracassou.

Jornal Primeira Página – Como o Dr. avalia a infidelidade na política? Há políticos venais?

Normando Lima – Sempre existirão os maus políticos, os infiéis aos seus partidos e aos valores cristãos. E é esta característica maior que eu creio ser mais importante, a fidelidade cristã, de amor ao próximo. A política exige um altruísmo puro. Só assim, em ser e viver um evangelho de posturas idôneas, puras e sem interesses escusos é que colhemos uma vida melhor, não só para todos, mas para si também. A vida fica mais leve. Enganam-se os maus políticos que o vale tudo vale a pena; qual pena? Vários já estão sendo condenados, se não a cumprir pena na cadeia, mas em não se reeleger (o que já é uma condenação a eles). 

Jornal Primeira Página – Quais seriam as alternativas futuras para que o futuro do país não esteja comprometido com maus políticos? 

Normando Lima – A primeira é renovação. O simples fato de mudar algo já cria a expectativa de algo novo, de um frescor e de novas atitudes. Votar em pessoas com ideias novas, propondo engajamento novo, dinâmico, moderno e linkado com as novas mídias sociais. Eu vejo algo novo surgindo, com uma força maior do que os maus e velhos políticos tentam enxergar, pois não conseguem. Estão embebidos numa bolha das mesmas ideias viciadas, ouvindo as mesmas pessoas, sem contato com a realidade, com o povo. 

A segunda é informação, e isto, os meios modernos de comunicação nos deixam atualizados a cada instante. Nada foge mais a um smartphone, com suas câmeras fotográficas e de vídeo. Os cidadãos tornaram-se repórteres da vida testemunhando os bons e maus feitos dos gestores da vida pública.

 

 

Jornal Primeira Página – Em sua larga experiência profissional como pediatra como o Dr. vê a educação politica no Brasil e a relação das famílias na formação de cidadãos?

Normando Lima – As famílias precisam se preocupar mais na formação de seus filhos, sabendo dizer não. Tudo é muito fácil quando dizemos sim aos nossos filhos, pois o sim não pressupõe justificativas. Dai as crianças crescem mimadas, mal acostumadas e egoístas. Esta educação familiar reflete diretamente na consciência politica, a qual visa o bem estar geral, público. Assim, quanto mais as pessoas são umbilicais, mais enxergam a si próprio e não ao redor, ao lado, ao próximo. Daí, o resultado é nítido em termos uma sociedade mais preocupada em sobreviver do que em viver. E isso me preocupa.

Jornal Primeira Página – Há vários exemplos no país de filhos que sucedem aos pais na politica, como compartilhar de uma herança. Qual seria a maneira de se garantir a nação uma nova geração de homens e mulheres comprometidos com um mundo melhor?

Normando Lima – A necessidade faz presente em pessoas mais comprometidas com os anseios de nossa cidade e país. Não há dúvidas que vem aí uma geração jovem e aguerrida, cansada com tanta promiscuidade dos atores públicos. É nítido quando vemos as ações do Ministério Publico e Polícia Federal. Pode perceber que é a moçada que está fazendo a diferença. Esses jovens vivenciaram um país corrupto e indigno. Viveram e vivem uma vida limitada com tantos desmandos que incomodam o presente e preocupa o futuro. 

Eu vejo um cenário positivo aos jovens que queiram iniciar na vida publica. De 4 filhos, 2 se simpatizam muito com a política. Um está focado em Porto Ferreira (Fábio), e o caçula em São Carlos (Daniel). Aqui, creio que o Daniel, com seus 41 anos, sua formação cristã e politica, mas sobretudo familiar lhe credencia para postular um cargo público. É um filho muito amado, educado e preparado com nosso tempero de amor, verdade, ética e cristandade. Creio que se nos unirmos ele pode ser uma boa promessa à cidade. Tudo está nas mãos de Deus. 

Jornal Primeira Página – Sua experiência na política foi oportuna ou teria havido algum sofrimento pessoal ou familiar? 

Normando Lima – Foi muito oportuna. A política, em meu caso, me tira do consultório, e traz para a vida lá fora. Adoro conversar com as pessoas, e, mesmo afastado da vida pública, faço politica do bem todos os dias. Em cada ato meu, visando o bem, com amor e desprendimento. 

Alguns contratempos aconteceram, e foram importantes. Nos amadurecem. Mas não tive nenhum dissabor na vida política.  Tem muitas pessoas que lamentam a derrota em 2012, e muitas outras que não entendem minha paz de espírito ao dizer que não me abateu em nada, nada. Quando vivemos debaixo da vontade de Deus sabemos que Ele é quem determina nossas derrotas e vitorias, mas também os livramentos.

Jornal Primeira Página – Qual mensagem o Dr. passaria para os jovens que sonham ingressar na política?

Normando Lima – Eu desejo que esta eleição seja caracterizada pela renovação. Mas para isso acontecer as boas pessoas precisam participar da política, sair do sofá, de casa. Precisam perceber que os reflexos bons e maus da politica são vividos diariamente por nós. Pecamos pela omissão, e sendo assim, somos coniventes. A frase de Edmund Burke é contundente, mas uma realidade: ‘Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.’

Jornal Primeira Página – Como o Dr. define a política em poucas palavras ou em uma só frase?

Normando Lima – Ame ao próximo como a si mesmo.

 

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