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Projeto quer inserir a ciência através da literatura infantil

11/06/2012 21h28 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Projeto quer inserir a ciência através da literatura infantil

Começa nesta terça-feira (12), às 19h30, dentro do projeto Educação em Prosa, mais uma ação para um ensino de qualidade. Trata-se do Ler Ciência, uma parceria entre Sesc e Prefeitura de São Carlos, que tem como objetivo transmitir o pensamento de grandes cientistas brasileiros de forma processual e lúdica às crianças da Rede Municipal de Ensino. A ideia do Ler Ciência é fazer com que as crianças, ainda cedo, tenham contato com um pensamento acadêmico de vanguarda utilizando-se para isso da literatura infantil e da filosofia.

 

Para a primeira edição, Sesc e Prefeitura “desafiaram” o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, etnólogo americanista, doutorem Antropologia Socialpela UFRJ com pós-doutorado na Université de Paris X, autor do livro “A inconstância da alma selvagem” e autor da teoria do “Perspectivismo Ameríndio”, a se juntar à escritora Verônica Stigger para elaborarem uma história infantil que contivesse a base de seu pensamento. Do encontro surgiu à história “Onde a onça bebe água” que será impressa e distribuída para todos os alunos de6 a12 anos das escolas municipais. A expectativa é atingir quase 5 mil crianças com a ação.

Junto com a história, seguirá sugestões de atividades para as crianças, bem como, uma apostila com ideias para os professores desdobrarem o “Perspectivismo Ameríndio” em sala de aula, elaboradas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Filosofia para Crianças (GEPFC), da UNESP de Araraquara. O material será distribuído no início de agosto durante a volta às aulas. No último dia 28 de maio e 4 de junho, os professores passaram por capacitação para tomarem o primeiro contato com a teoria e com o método de ensino defendido pelos “filósofos” para crianças.

O “Perspectivismo Ameríndio” discute as ideias presentes nas cosmologias amazônicas, a respeito do modo como humanos, animais e espíritos vêem-se a si mesmos e aos outros seres do mundo. Essas ideias sugerem uma possibilidade de redefinição relacional das categorias clássicas de “natureza”, “cultura” e “sobrenatureza” a partir do conceito de perspectiva ou ponto de vista.

 

Verônica Stigger – Escritora, jornalista, professora e crítica de arte brasileira, é doutora em teoria e crítica da arte pela Universidade de São Paulo, com estudo sobre as relações entre arte, mito e rito na modernidade. Lançou os livros O trágico e outras comédias (2003), Gran Cabaret Demenzial (2007), Os anões (2010) e Dora e o Sol (2010), seu primeiro livro infantil.

 

Eduardo Viveiros de Castro – Etnólogo americanista, com experiência de pesquisa na Amazônia; doutorem Antropologia Social pela UFRJ com pós-doutorado na Université de Paris X. Foi professor de Estudos Latino-americanos na Universidade de Cambridge (1997-98), professor-visitante nas Universidades de Chicago (1991, 2004), Manchester (1994), USP (2003) e UFMG (2005-06). Escreveu treze livros, entre eles: “A inconstância da alma selvagem”, “A onça e a diferença – Projeto AmaZone”, “Amazônia: etnologia e história indígena” e “Arawete: o povo do Ipixuna”. É coordenador da Rede Abaeté de Antropologia Simétrica. Desde 1978, ministra aulas de etnologia no Museu Nacional/UFRJ.

 

Fernando Vilela (ilustrador) – Artista plástico com graduaçãoem Artes Plásticas pela Unicamp e Mestrado em Artes pela USP. Desenvolve pesquisa e trabalhos em gravura, escultura, instalação e ilustração. Venceu o Prêmio Jabuti (2007) e o Bologna Ragazzi Award (Itália, 2007) pelo seu livro Lampião e Lancelote (2006).

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