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Psicóloga aponta necessidade de “pausas” ao sofrimento

Para Márcia João Pedro, internet cumpre hoje a função de manter as pessoas em convívio social e com as artes e a informação

13/08/2020 09h01 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Psicóloga aponta necessidade de “pausas” ao sofrimento Foto: Arquivo pessoal

Em momentos de pandemia como o atual, onde o isolamento social é necessário, é necessário, uma pausa ao sofrimento e a busca de uma felicidade possível. Precisamos de “pausas” ao sofrimento da distância das pessoas e das atividades das quais gostamos. A análise é da psicóloga Marcio João Pedro, da UFSCar.

Segundo ela é necessário um momento para sonhar e enxergar outras saídas, outras tragédias, a felicidade possível, caminhos diferentes dos que tomamos. “O contato com outras histórias também nos conecta com nossos desejos, a identificação com um personagem que dá certo pode nos permitir o empoderamento para reconstruir nossa própria história”

Existe uma máxima de que “quanto mais dura a realidade maior a necessidade o ser humano sente de procurar a fantasia. ” Isso teria ocorrido na Crise de 1929 nos EUA quando a população lotava os cinemas.

Márcia explica o fenômeno da época, em que o mundo vive a Crise Mundial do Crash da Bolsa de Nova York. “Em 1929 nos EUA o cinema estava em seu auge com a produção naquele ano de quase todos os filmes falados. A primeira sincronização total de imagem e som ocorreu em 1928, então isto era novidade. Além de estar em evidência o cinema pode ter sido sim uma ótima fuga da triste realidade daquele momento, como retrata o filme de Wood Alem, ‘A Rosa Púrpura do Cairo’. Mas não podemos esquecer que mesmo o cinema mudo já trazia temáticas contemporâneas à época que poderiam servir para questionamentos e críticas aos acontecimentos, como o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, entre outros”, comenta.

A psicóloga narra que alguns anos depois com os documentários e propagandas de guerra assistidos no cinema. “Embora ele possa ter servido como uma “fuga”, também pode ter sido utilizado para se informar e tomar contato com a realidade vivida e com realidades paralelas. Traduzindo este movimento de “fuga”, eu diria que precisamos de pausas ao sofrimento”,

Ela ressalta ainda que o cinema de 1929 e Anos 1930 cumpriu um papel importante que hoje é realizado pela internet.“Guardadas os devidos avanços tecnológicos o cinema fez, na época, um papel parecido com o  da internet. “Hoje, temos num mesmo lugar virtual o cinema, informação, escola, arte, jogos, contatos sociais, entre tantos outros serviços. Penso que não estamos sem saída….só não podemos sair. Mas temos a nosso serviço a tecnologia para poder realizar esta pausa da realidade, necessária ao descanso da mente e ao desenvolvimento de novas atividades e visões de mundo. Se soubermos usá-la com a moderação devida pode nos ser muito útil neste momento. Não esquecendo que as diferenças sociais colocam uma grande parcela da população brasileira a parte deste mundo digital. Para elas ainda resta a TV que pode cumprir algumas destas funções”, conclui ela.

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