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Família vai enterrar parente, descobre que túmulo foi vendido e sumiram com os ossos dos avós

13/06/2019 16h57 - Atualizado há 5 anos Publicado por: Redação
Família vai enterrar parente, descobre que túmulo foi vendido e sumiram com os ossos dos avós

Caso virou um processo e família quer saber onde estão os ossos dos avós enterrados no Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos

Uma família passou por momentos constrangedores e de muita dor esta semana em São Carlos. Adriana, moradora do bairro Cidade Aracy, foi velar e sepultar um tio. A dor da morte de uma pessoa querida já havia abalado Adriana e seus parentes. Mas o sofrimento se tornou maior, bem maior. Na hora de enterrar o parente Adriana descobriu que alguém havia vendido o túmulo onde estavam enterrados seus avós para outra família.
“Fizemos o procedimento normal. Estivemos na administração do cemitério Nossa Senhora do Carmo para pedir a exumação dos restos mortais dos meus avós e assim enterrar meu tio. A nossa surpresa. Haviam vendido o túmulo para outra família e ninguém sabia onde estavam meus avós. E ainda não podia enterrar meu tio ali. Foi um grande desespero”, contou Adriana ao vereador Leandro Guerreiro. O Parlamentar, que é conhecido da moradora, foi até o cemitério para ver o que estava ocorrendo.


 “É um descaso total, onde está ossada do meu avô e minha av. Venderam o túmulo. Nós pagamos. Estamos indignados”, disse Adriana. Segundo a informação da administração do Nossa Senhora do Carmo a sepultura da família de Adriana foi vendida em 2004. “Compramos o espaço em 2000”, disse. Indignada, ela afirmou que todos foram enganados. Rezavam pelos parentes em um local onde eles já não estavam mais. “Não sabem onde estão os ossos do avô e av. Exumaram e não consultaram a família”, desabafou.
A administração cedeu um novo espaço para sepultar o tio de Adriana. “Isso não pode acontecer”, disse.
MÁFIA DO CEMITERIO
Em 2013 a Polícia de São Carlos passou a investigar a venda de túmulos no Cemitério Nossa Senhora do Carmo e Santo Antônio de Pádua, ambos administrados pela Prefeitura. Na época uma mulher moradora de Ribeirão Preto foi até o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, acompanhada da Polícia Militar, exigindo explicações sobre a venda irregular do jazigo onde estavam enterrados seus três filhos. No local, um pedreiro denunciou o esquema de venda irregular de túmulos e exumação de cadáveres.
 Solange Maria Dias, mãe das três crianças enterradas no local (Marcos em 1995, Gabriel em 1997 e Gabriela em 2004) exigia explicações por parte da administração do cemitério. “Eu tinha três filho enterrados aqui e foi vendido meu túmulo, clandestinamente para outra pessoa e tiraram os ossos das crianças daqui e jogaram em outro lugar. Segundo informações as crianças foram colocadas em outro túmulo, de outra pessoa. E agora eu quero saber onde estão”, disse aos jornalistas.


Após a denúncia do pedreiro, a administração do cemitério ordenou a abertura do túmulo 389, onde possivelmente estariam os ossos das crianças. Quando o túmulo foi aberto foram encontradas cinco ossadas. Uma possivelmente da criança que está registrada no local, as três crianças de Solange e um cadáver adulto, ainda desconhecido, que também não deveria estar enterrado na área infantil. Na época o caso foi para o 1º Distrito Policial e ainda hoje há processos tramitando na Justiça.

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