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Reunião na DRS III traça plano de vacinação

Médico do Comitê de Covid-19 da UFSCar faz análise do índice da CoronaVac que ficou em 50,4%

13/01/2021 06h04 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Reunião na DRS III traça plano de vacinação Fotos: Peter Dejong / AP Photo e Arquivo Pessoal

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Carlos (SP) informou que o Comitê Emergencial de Combate ao Coronavírus de São Carlos tem reunião agendada para hoje, 13, no Departamento Regional de Saúde (DRS III), em Araraquara, para receber orientação do plano estratégico do governo estadual para a vacinação contra o coronavíruus, previamente agendada para iniciar dia 25 de janeiro, caso a vacina CoronaVac seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Vigilância Epidemiológica de São Carlos estima que na primeira fase de vacinação perto de 43,4 mil pessoas devem vacinadas na cidade. O cálculo foi feito com base nos dados da vacinação contra a influenza (gripe) realizada em 2020.  Em junho, foram vacinados 9.507 profissionais da saúde e 33.928 pessoas acima de 60 anos.

Mas, segundo a assessoria, as definições sairão dessa reunião agendada definido antes dessa reunião. O órgão de imprensa municipal informou que São Carlos conta com 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 17 equipes de Saúde da Família. Há previsão que serão montados postos volantes, porém, isso tudo ainda está sendo desenhado.

ANÁLISE

O Primeira Página buscou com o médico, Bernardino Alves Souto –presidente do Comitê de Controle e Cuidados Relacionados ao novo Coronavírus da UFSCar – a interpretação desse dado.

O Instituto Butantan e o Governo de São Paulo divulgaram ontem, 12, que a vacina contra o coronavírus obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico desenvolvido no Brasil. Todos os índices são superiores ao patamar de 50% exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

O estudo clínico realizado no Brasil contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa.

 

Souto analisa que a eficácia global de 50,4% significa que a cada duas pessoas que receberem a vacina, uma poderá ficar doente, mesmo se corretamente vacinada; enquanto que duas não vacinadas, as duas poderiam ficar doentes.

Ao transpor esta interpretação para o nível individual, é possível inferir que quem tomar a vacina terá 50,4% de chance de não ficar doente e 49,6% de chance de ficar doente mesmo tendo tomado a vacina, se comparado com quem não tomou a vacina, de uma maneira geral.

“Isso dentro do grupo de pessoas com as mesmas características biológicas e condições de risco epidemiológico daqueles que foram voluntários nos testes de fase III (no caso da Coronavac, esse grupo no Brasil foi composto predominantemente por maiores de 18 anos sadios e não gestantes)”, explica.

Por outro lado, o médico disse que esta questão da vacina precisa ser bem explicada porque o planejamento estratégico para a vacinação da população não depende somente da eficácia e segurança da vacina, mas, também das características clínicas e epidemiológicas da doença e da relação custo/benefício econômico e social.

“No caso da Coronavac, considerando que ela tem 50% de eficácia global, pode-se dizer que quando uma pessoa toma esta vacina, ela tem 50% menos de chance de ficar doente do que quem não toma. Mas, se ela tiver 78% de eficácia em evitar formas graves, pode ser que entre os 50% que adoecerem mesmo tomando a vacina, 78% deles não terão a forma grave da doença, comparando com os que adoecerem sem ter tomado a vacina”.

Assim, para evitar internações e mortes, mesmo que eu não consiga evitar suficientemente que as pessoas fiquem doentes, a vacina pode ser uma opção interessante. “Posso pensar que o mais importante é não morrer da doença, ainda que tenha os sintomas”.

Nesse caso, a vacina seria interessante para reduzir o número de mortes, mesmo que não evite suficientemente que as pessoas fiquem doentes. Entretanto, como ela não evita muito de adoecer, ela poderá não controlar satisfatoriamente a epidemia, mas, poderá controlar as mortes causadas pela epidemia. Ainda assim, precisa ver se o investimento na vacina evitará mais mortes do que o investimento nas outras medidas preventivas.

A vacina é o primeiro passo o retorno à normalidade. Souto disse que no Reino Unido, por exemplo, já está vacinando, mas, também está fazendo lockdown (isolamento social amplo e irrestrito). “Em termos práticos, a vacina é mais uma tentativa contra a Covid-19, assim como distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos, cuja eficácia em eliminar o contágio e oportunizar o retorno à normalidade ainda é desconhecido”.

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