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São Carlos tem má distribuição de árvores

22/09/2015 22h02 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
São Carlos tem má distribuição de árvores

A arborização de ruas e praças é importante para diminuir os efeitos da urbanização crescente. Como o plantio geralmente é realizado de forma desordenada, árvores de grande porte acabam danificando calçadas, asfalto, iluminação e sinalização. Além disso, uma pesquisa apontou que São Carlos tem apenas 26% de sua área arborizada.

Não é raro encontrar árvores derrubadas pelas ruas da cidade. Mas o que faz com que estes exemplares, quase centenários, não suportem os ventos fortes? A 1ª possível causa é a falta de manutenção. Muitas das árvores estão infestadas de cupins, brocas e outras doenças que poderiam ser controladas com um acompanhamento. Podas excessivas e malfeitas também aumentam a incidência de fungos. Em todos estes casos, o problema é o mesmo: a escolha errada da espécie. É importante escolher a árvore a partir do porte e das características que ela assume quando adulta.

Um estudo de 2014 quantificou a cobertura vegetal da cidade de São Carlos, além de realizar uma análise da distribuição arbórea dentro da área urbana do município. A responsável pelo trabalho de doutorado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da USP, Sabrina Mieko, explicou que foram utilizadas imagens de São Carlos feitas por satélite em alta resolução. Depois disso, a área urbana foi dividida em 44 setores para facilitar a análise da distribuição da vegetação.

A pesquisadora descobriu que um dos principais problemas na configuração arbórea de São Carlos é a má distribuição das árvores pela cidade. Sabrina explica que a porcentagem de cobertura arbórea do município é de 26%. Mas a região da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) responde sozinha por 40% desse valor, enquanto outras áreas mais distantes da região central, como os bairros Cidade Aracy e Antenor Garcia, ficam com apenas 5% desse total. Enquanto na UFSCar há uma grande quantidade de árvores, na periferia esse número cai bastante. “De nada adianta ter 40% de cobertura arbórea na cidade se ela estiver toda concentrada somente em uma região”, explica a pesquisadora.

As árvores são importantes na composição do espaço urbano, pois contribuem para o equilíbrio desse ecossistema. Sabrina explica que as falhas acontecem, muitas vezes, por conta da falta de planejamento, gestão e organização pública. “Além de equipes, também notamos a falta de planejamento e políticas públicas – às vezes a cidade não tem um simples levantamento das árvores que possa apoiar a tomada de decisões sobre onde deverão ser os novos plantios, quais árvores precisam ser removidas e quais precisam de manutenção. Plantar é necessário, mas tem que ter infraestrutura e equipes para cuidar”.

A Profª Luciana Schenk, arquiteta e urbanista com especialização em paisagismo, concorda que o conjunto arbóreo da cidade é muito importante porque ajuda a combater os efeitos do processo de impermeabilização, de calor, de falta de natureza. “O conjunto que contemple parques, praças e ruas arborizadas e sistemas de espaços livres, que pode garantir duas coisas: contribuições no aspecto infraestrutural, fazer a cidade mais fresca, com ar mais puro e com menores problemas de drenagem – pois a árvore também toma água -, e a segunda coisa é que os espaços livres dotam a cidade de lugares de lazer, para passear, que são fundamentais e andam esquecidos”. Ela ainda ressalta que “no processo de feitura de cidade a gente tem construído muita habitação e pouca cidade”.

 

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