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São Carlos tem oito leitos para pacientes psiquiátricos

18/09/2019 08h01 - Atualizado há 5 anos Publicado por: Redação
São Carlos tem oito leitos para pacientes psiquiátricos

A Comissão de Saúde da Câmara, a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Universitário promovem uma série de reuniões para debater o acolhimento de pacientes psiquiátricos na Rede Básica. Além do déficit de profissionais especializados nesse tipo de atendimento, a cidade possui oito leitos do Hospital Universitário para atender a um universo de 350 mil habitantes da microrregião, revela Valéria Gabassa, gerente de atenção à saúde do HU. “O atendimento na porta hospitalar deve acontecer em último caso, quando há o surto psicótico. Cabe ressaltar que muitos dos atendimentos ocorrem porque não há o suporte na atenção básica”, revela.

Segundo Valéria, a Rede Municipal não disponibiliza de psiquiatras. Sobre os oito leitos, O HU os oferece desde novembro de 2017. Todos os meses, são internados de 20 a 30 pacientes e o tempo médio de permanência é de 10 dias. “O atendimento máximo recomendável é de sete dias”, pondera.

Recurso

Segundo Valéria Gabassa, a Vigilância Sanitária Regional avaliou, faz pouco tempo, a estrutura física do HU para credenciá-lo junto ao Ministério da Saúde. “Existem recursos específicos do Ministério da Saúde para fomentar e custear os leitos. Desde que começamos os atendimentos, não recebemos recursos, pois os leitos não estão habilitados. Apenas recebemos os  R$ 700 mil/mês para a manutenção do Hospital”, admite a gerente do Hospital.

“Nós colaboramos ao máximo com o município. Os leitos psiquiátricos estão 100% ocupados. Nós admitimos os pacientes sempre que pudemos. E muitos vezes são trazidos pacientes pelo SAMU sem qualquer regulação. Agora, nós não podemos admitir mais do que a nossa capacidade, pois é um paciente que requer cuidados especiais”, disse Valéria Gabassa.

Mesmo assim, a gerente do HU revela que, no caso dos adolescentes em surto, o hospital faz a adequação de leitos, pois não podem dividir quartos com os adultos.

O vereador Elton Carvalho (PSB), que provocou as reuniões, disse que o município vive uma situação de calamidade nos atendimentos voltados á saúde mental, principalmente no tocante aos casos de internação que vêm ocorrendo na UPA Vila Prado, onde, pacientes psiquiátricos ficaram oito dias internados sem a mínima estrutura para tal.

“A UPA é destinada para urgência e emergência, não para internação. Ali não têm infraestrutura, alimentação, serviço de hotelaria hospitalar e nem sequer os servidores detém treinamentos e capacitações específicas para tal”, destacou Elton. “O Objetivo da reunião foi o de avaliar qual o papel de cada instituição perante esta situação e qual o fluxo de atendimento mais adequado e digno ao munícipe que carece desta modalidade de atendimento”, complementou.

A Santa Casa enfatizou que a única diferença entre a instituição e o que vem ocorrendo na UPA é que eles dispõem de hotelaria e alimentação, mas que, por lá a situação também é crítica.

“O objetivo era pactuar um acordo onde cada instituição assumiria seu papel mediante esta situação caótica que vem ocorrendo na UPA Vila Prado. No entanto, não houve acordo de imediato”, explicou o vereador.

De acordo com Elton, ainda esta semana documentações técnicas serão formalizadas objetivando providências com urgência. Segundo o parlamentar foi decidido por descentralizar os atendimentos da UPA Vila Prado para as outras duas UPAS (Cidade Aracy e Santa Felícia), avaliar os investimentos no CAPS e acionar por via judicial para que os papéis da Santa Casa e HU sejam cumpridos adequadamente. “A situação é muito crítica. Remamos contra o tempo. As providências são para ontem”, finalizou.

O secretário de Saúde, Marcos Palermo, reconhece que o atendimento é desumano, uma vez que uma UPA não está preparada para abrigar pacientes psiquiátricos. Ele disse que há a tendência de o município judicializar a questão. “Vamos encaminhar o caso ao Ministério Público”, promete.

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