28 de Abril de 2024

Dólar

Euro

Cidades

Jornal Primeira Página > Notícias > Cidades > Segurança Hospitalar – Covid-19 afasta 930 profissionais de saúde

Segurança Hospitalar – Covid-19 afasta 930 profissionais de saúde

Levantamento foi feito com Unimed, Hospital Universitário (HU-UFSCar) e Santa Casa de São Carlos de março do ano passado a janeiro de 2021

05/02/2021 05h50 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Segurança Hospitalar – Covid-19 afasta 930 profissionais de saúde Foto: Divulgação

O sistema de saúde público e privado de São Carlos está pressionado pela falta de leitos para os pacientes infectados pelo Coronavírus. O índice da taxa de ocupação da UTI na rede hospitalar sempre perto dos 85% reflete a crise. Outro ponto que traz fragilidade ao sistema é a alta taxa de afastamento dos funcionários da saúde.

Somados os dados do número de afastamentos da Unimed, Hospital Universitário (HU-UFSCar) e Santa Casa, incluindo a Maternidade, de março do ano passado a janeiro deste ano, foram registrados 930 casos de licença médica.

O Hospital Universitário (HU-UFSCar), desde março, teve um total de 228 profissionais afastados com quadro clínico de síndrome gripal. Deste total de afastamentos, 57 foram confirmados para covid-19.

A Unimed, considerando o período de junho de 2020 até janeiro de 2021, teve 435 afastamentos com 57 casos positivos. O médico e vice-presidente da operadora de saúde, Ivan Carlo de Manzano Linjardi, durante a audiência pública da Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal, relatou que o quadro de afastamento é grave.

“Arrumar leito não é tão difícil, o mais complicado é arrumar gente [profissionais] para cuidar dessas pessoas no leito. Quando se passa essa capacidade [no atendimento], começa-se a improvisar”. Linjardi relatou que improvisação em saúde é uma catástrofe porque se assiste mal aos pacientes e expõe o funcionário ao maior risco de contaminação.

Desde o início da pandemia foram 590 afastamentos na Unimed. “Isso traz um problema operacional terrível para a gente”, relatou Linjardi na audiência da Câmara.

A Santa Casa de São Carlos, de março do ano passado até janeiro, registrou 105 profissionais diagnosticados com Covid-19 e afastados de suas funções. Isso representa 5% do quadro atual de colaboradores.

Os afastamentos incidem diretamente na contratação de mão de obra especializada, o que não é uma tarefa fácil segundo os gestores. “Existe um déficit de profissionais de saúde disponíveis para contratação no mercado”, traz a nota informativa do hospital filantrópico.

ANÁLISE

Afastamentos comprometem qualidade no serviço hospitalar

A enfermeira e coordenadora administrativa do campus Unoeste, em Jaú, Amanda Creste Martins da Costa Ribeiro Risso traçou uma análise do transtorno que causa aos hospitais um alto índice de afastamento nas equipes de enfermagem e médica treinadas.

“A equipe treinada tem um ritmo de trabalho e um olhar diferenciado sobre determinado problema dos pacientes. O que leva a uma solução mais precisa para aquele momento, já que conhece as fases dos processos de atenção ao paciente”.

Ao retirar uma peça dessa engrenagem, o processo de trabalho será prejudicado. Ela explicou que normalmente se coloca outra pessoa da equipe para cobrir essa função. Mas, deve-se levar em consideração que haverá acúmulo de trabalho para as equipes já diminuídas, principalmente, em hospitais públicos e filantrópicos por conta da crise econômica do país. “Um afastamento hoje gera caos e problema e um desequilíbrio na equipe”.

Pela estatística na vivência de Amanda, leva-se, ao menos, de cinco a sete dias para que uma pessoa aprenda os processos básicos dentro da boa prática assistencial. Com os leitos ampliados por conta da pandemia do coronavírus, a problemática do afastamento dos profissionais de saúde tende a aumentar.

Na visão do superintendente do HU-UFSCar, Fábio Fernandes Neves, a ausência de um funcionário ocasiona sobrecarga de trabalho aos demais membros daquele setor, isso exige uma maior dedicação da equipe assistencial.

Neves ressalta que os afastamentos causam um aumento no custo da mão de obra. “Isso quer dizer que há um gasto maior com o pagamento de horas-extras e contratações emergenciais, o que onera o custo da saúde”.

Para Amanda, é importante se levar em consideração que estão em jogo vidas e pessoas. O custo não é só no aspecto financeiro, muitas vezes os protocolos assistenciais básicos ficarão deficitários.

A reportagem do Primeira Página levantou que uma internação deficitária no aspecto assistencial eleva o tempo de hospitalização por conta da piora do quadro clínico que requer mais medicação, muitas vezes de custo mais elevado, para o hospital.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x