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UFSCar enfrenta dificuldades para manutenção dos serviços

11/09/2019 07h39 - Atualizado há 5 anos Publicado por: Redação
UFSCar enfrenta dificuldades para manutenção dos serviços

Sobre a importância da universidade na economia são-carlense, um estudo do Departamento de Física da UFSCar, mostra que as bolsas do CNPQ de alunos da universidade injetam R$ 2 milhões/mês na economia de São Carlos

Em março, o governo anunciou contingenciamento no orçamento das universidades e institutos federais de educação no montante de R$ 2 bilhões da verba prevista, o equivalente a 29,74% do total do orçamento anual. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o bloqueio da verba foi necessário devido à redução na previsão de crescimento do país este ano. O Orçamento elaborado no ano passado previa um crescimento de 2,5% no ano, o que já foi descartado pelo governo. Além disso, com o recuo da atividade econômica no primeiro semestre, houve uma redução na arrecadação. Em São Carlos, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ainda enfrenta os desafios do contingenciamento, passados cinco meses, como explica a reitora Wanda Hoffmann. Em nova entrevista, ela enfatiza que o problema não é recente. Os contingenciamentos de verbas para custeio e recursos para manutenção de serviços como limpeza e segurança ocorrem desde 2014. “Em 2014, tivemos um contingenciamento de 40%, que após foi reposto”, exemplicou a reitora. “Nesse ano, chegamos a 30% de contingenciamento”, completou.

Valores

O orçamento da UFSCar para 2019 é de R$ 635 milhões. Desse valor, 10% – ou quase R$ 64 milhões – estão contingenciados. “Este ano, a situação está mais crítica. Em negociações com o MEC, que é o nosso mantenedor, para o restabelecimento desses valores. Agora, se mantivermos esses cortes, teremos problemas para a manutenção dos serviços”, disse.

Enquanto o diálogo permanece, mas o dinheiro não está em caixa, a UFSCar refez um planejamento com o cortes nos recursos destinados à vigilância e limpeza. “Também buscamos economia em energia elétrica e reorganização dos contratos”.

De acordo com Wanda Hoffmann, os recursos para investimentos em obras na universidade também foram impactos. Houve um corte de 90% nesse ano. “O que nos ajudou foi a destinação de R$ 7,8 milhões da bancada paulista na Câmara dos Deputados para as universidades federais instaladas em São Paulo e Institutos Federais. Cada um recebeu esse recurso, que ajuda na manutenção de equipamentos e obras de revitalização”, informou.

Wanda Hoffmann destacou que a situação econômica das universidades é preocupante. “E se nós deixarmos que a crise tome conta da academia, nós teremos sérios impactos regionais, nacionais e locais. Agora, não adianta somente esbravejar. Nós, como gestores, precisamos de interlocuções firmes e sérias com o MEC”, afirmou. Na última sexta-feira, 6, manifestantes da comunidade universitária tentaram participar da reunião do Conselho Universitário da UFSCar, mas não conseguiram.

Sobre a importância da universidade na economia são-carlense, um estudo do Departamento de Física da UFSCar, mostra que as bolsas do CNPQ de alunos da universidade injetam R$ 2 milhões/mês na economia de São Carlos. “Precisamos entender a relevância da ciência para São Carlos. a UFSCar recebe, por ano, 3 mil novos alunos; entrega 2 mil alunos formados por ano para a sociedade e temos 5 mil alunos engajados na pesquisa, o que é fundamental para a universidade e para o Brasil”, comentou.

Sobre o repasse de recursos, o Ministério da Educação informa que tenta, junto ao Ministério da Economia, aumentar a liberação de verba para as universidades federais. Na semana passada, foram liberados R$ 614,4 milhões de limite de empenho.

Os recursos foram destinados a 115 institutos e universidades federais de todo o país e serão aplicados na manutenção e custeio, com prioridade para despesas com água, energia elétrica, vigilância, limpeza, terceirizados em geral e aluguéis, bem como para assistência estudantil e funcionamento de restaurantes universitários.

A maior parte dos valores, R$ 376,7 milhões, segundo a nota, foi repassado às universidades federais. Já a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica recebeu R$ 162 milhões. O MEC informou que, dependendo de melhora na economia, os valores contingenciados podem passar por reavaliação.

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