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Uma noite para a história

05/05/2012 12h03 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Uma noite para a história

O Salão do Júri do Fórum Criminal de São Carlos, foi, na noite do dia 27 de abril de 2012, foi palco de uma noite memorável e que vai entrar para a história. A solenidade das entregas dos títulos de Cidadão Honorário de São Carlos, ao promotor de Justiça aposentado, doutor Abrahão Burihan, e de Cidadão Benemérito de São Carlos, ao ilustre jurista brasileiro, doutor Elício de Cresci Sobrinho, se transformou numa “aula” de humanidade, sabedoria e dignidade. Os títulos foram indicados pelo vereador Marquinho Amaral (PSDB) e referendados pelo Poder Legislativo.

Contando com a presença de juízes, promotores, advogados, além de várias autoridades e familiares dos homenageados, entre eles os advogados Aldo de Cresci Neto, filho de Elicio e de Eduardo Burihan, filho de Abrahão, o evento reuniu a nata do mundo jurídico local e regional, além do grande escritor, com obras traduzidas para vários países, e hoje vice-reitor da Universidade Estácio de Sá, Deonísio da Silva.

O escritor Deonísio elogiou a iniciativa de Marquinho, lembrando que a homenagem é muito mais bonita quando os homenageados estão presentes. Comentou a presença de Aldo Neto, filho de Elicio e de Eduardo, filho de Abrahão e comentou sobre a cultura árabe. “O nobre promotor tem na sua árvore genealógica a cultura árabe, nem sempre valorizada como merece”.

Amigo de longa data de Elicio de Cresci, o escritor se lembrou que foi ele quem lhe ensinou que o Direito nasceu como ficção, literatura. “É preciso cuidar muito das palavras. Elicio faz isso e tem entre suas maiores qualidades a inteligência e a bondade. No Brasil se lê muito pouco. Antes, cada habitante lia apenas 0,8 livro/ano. Agora lê 2. Temos que lutar para buscarmos outros meios, novos leitores”.

Um dos oradores oficiais, Paulo César Scanavez, hoje diretor do núcleo Ribeirão Preto da Escola Paulista de Magistratura, revelou, em seu discurso, que já conhecia Elicio de Cresci através dos seus livros e escritos. “Isso muito antes de viver em São Carlos e conhecê-lo pessoalmente e me tornar seu amigo. Na verdade, logo depois fiquei sabendo que Elicio era uma espécie de Santo Expedito do Direito. Ele era o último recurso, quando o problema não tinha mais solução. Ele criava novos paradigmas, viajava no Direito, ia além do que a maioria poderia ir. Notei, logo, que se tratava de uma mente brilhante. É um trabalhador do conhecimento que produz para o Direito. Traz para a realidade presente o que somente o amanhã pode trazer”.

Juiz titular da Primeira Vara Criminal de São Carlos, Antonio Benedito Morello, lamentou o fato de que grandes trabalhos jurídicos, como belos textos, sentenças e acórdãos acabam se tornando “papel velho”, praticamente “sepultados” em arquivos. Entre estes trabalhos que merecem destaque, ele citou um texto do então promotor Abrahão Burihan, o outro homenageado da noite. O texto constava de um processo de pedido de guarda de uma criança. Mãe e avó brigaram na Justiça pelo direito à uma criança. Em seu texto, Burihan questionou desta forma: ‘Que estranha forma de amar é esta? Quem não é capaz de amar a própria filha também não é capaz de amar a sua prole’. Foi um caso que me marcou muito”, ressaltou o juiz.

QUEM SÃO

Elício de Cresci Sobrinho é formado em Direito pela USP (Universidade de São Paulo) na Faculdade do Largo de São Francisco, na capital paulista. Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, na Alemanha e na Universidade de Lisboa, em Portugal. Foi professor das Faculdades Metropolitanas Unidas, na Faculdade de Direito de São Carlos (Fadisc) e na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto. Dr. Elício atua há 46 anos na área de Direito, foi assessor jurídico da Câmara Municipal de São Carlos por 13 anos e procurador geral do município na gestão do ex-prefeito Antonio Massei, na década de 70. É autor de diversos livros sobre a área jurídica.

Abrahão Burihan é casado com Leda Arantes Burihan, com quem tem dois filhos: os advogados Eduardo Arantes Burihan e Rosa Maria Arantes Burihan. O promotor aposentado nasceu em Ibitinga e graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Bauru, em 1962. Ocupou os cargos de promotor de Justiça nas cidades de Santos, Pitangueiras, Bebedouro e Brotas, sendo que em 1984 foi promovido por merecimento, para ocupar a Comarca de São Carlos, onde atuou por cerca de 10 anos junto à Vara Criminal e do Júri.

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